12 dezembro 2011

Caros visitantes

12 de Dezembro de 2006, iniciava novo projecto com a criação deste espaço pessoal de opinião, depois de me afastar de colaborar num órgão de comunicação social, vítima da mão pesada da censura.
Aqui é meu objetivo refletir, ainda que superficialmente, sobre algumas temáticas relacionadas com a deficiência visual, a minha região e o meu país.
Lamento a reduzida participação de quantos visitam “bicassoltas” e por normalmente só deixarem os seus comentários, quando estão em causa apontamentos que podem dar origem a alguma controvérsia. Por outro lado, orgulham-me os cerca de centena e meia de artigos publicados e as mais de 8000 visitas oriundas dos 5 continentes.
Mais relevante do que tudo isso, é a cumplicidade do mesmo, com o volte face operado na minha vida, deixando a solidão para abraçar uma nova vida a dois repleta de amor e carinho.
São por isso, 5 anos de participação ativa em que o saldo é francamente positivo.
Resta-me agradecer a todos que visitam este espaço, fazendo mais uma vez um apelo à vossa participação para que o mesmo não seja um simples monólogo, mas um debate de ideias e opiniões.
Dessa forma, não só ficará mais valorizado este blogue, como também terei mais estímulo para continuar a deixar as minhas reflexões.
Obrigado a todos.

01 dezembro 2011

10 anos com o galardão de "Património Mundial da Humanidade"

Próximos do 10º aniversário do Douro galardoado com tão honrosa distinção, têm sido bastante lentas as transformações operadas numa região de características únicas e com enormes potencialidades turísticas neste “jardim à beira mar plantado”. Berço de um dos principais embaixadores do nosso país nomeadamente da capital do norte que lhe deu o nome, o Douro produz um dos mais famosos e deliciosos vinhos do mundo, bem como azeite da melhor qualidade.
As suas encostas dispostas em anfiteatro, contemplam diariamente o desfile majestoso e triunfal das águas do rio D’ouro, tendo honras especiais ao longo das inúmeras barragens que transpõe ao longo do seu percurso. Chegando quase a adormecer, dada a melancolia das suas margens, é por vezes despertado pelo estremecer ruidoso dos mais confortáveis, mas menos funcionais espanhóis que o acompanham nos seus estreitos trilhos em grande parte do seu leito.
Ao aproximar-se do ambiente agitado das grandes cidades que ele próprio separa, sente necessidade de se espreguiçar para finalmente abraçar o oceano atlântico num gesto de grande cumplicidade.
Este cenário repleto de magia e encanto, atinge o seu auge na entrada do Outono. Nesta altura, as folhas prestes a despedirem-se dada a proximidade do inverno, apresentam um misto de cor, numa beleza rara terminando da melhor forma o quarto e último acto de uma encenação única, que só a natureza e o trabalho
do homem, seriam capazes de conceber.
Não seriam necessários mais adereços para esta região ser das mais atrativas do nosso país, no entanto, o Douro não nos oferece apenas o precioso néctar e a deslumbrante paisagem, mas também um misto de história, arte, tradições e uma gastronomia condizente com os seus nobres e agradáveis vinhos.
Composta por 22 concelhos, a mais antiga região demarcada, apenas 13 mereceram esta menção honrosa. Inseridos em 4 distritos bem diferenciados nas suas características, esta região não tem tido, pelo menos de uma forma visível, um plano conjunto de desenvolvimento, limitando-se a iniciativas isoladas de alguns durienses mais arrojados e mais ambiciosos continuando a região a ser conhecida essencialmente pelos cruzeiros no rio.
Será urgente o poder central e as autarquias que o circundam criarem condições para o turismo ser o futuro deste Douro histórico, romântico e que se espera mais acolhedor para quantos o visitam.

25 novembro 2011

Mais uma greve "geral"!

Nunca a função pública foi tão sacrificada como nos últimos tempos, estando anunciadas novas medidas de austeridade para 2012. Todos temos razões de sobra para nos sentirmos lesados e até mesmo indignados por serem sempre os servidores do Estado os mais atingidos com as crises financeiras.
A greve é um direito consagrado na Constituição Portuguesa, devendo ser usado como último recurso para reivindicar os nossos direitos.
Vivemos uma situação económico financeira extremamente grave que nos permite receber o vencimento todos os meses, graças ao acordo assinado pelos principais partidos com a troika. Acordo esse que nos obriga a cumprir objectivos, que a não serem alcançados levariam ao total colapso das nossas finanças.
Face a este dramático cenário, não será provável o Governo ceder a tão justas reivindicações, pelo que será uma luta inglória com os consequentes prejuízos na nossa já débil economia e o inevitável corte salarial dos que aderiram à mesma.
Não é por isso, na minha perspectiva, a melhor altura para uma greve geral, não por falta de razões para nos manifestarmos e protestarmos, mas porque esse protesto não trará nada de benéfico para os trabalhadores portugueses.
É impossível saber com exactidão qual a adesão pois não serão credíveis os números apresentados quer pelo Governo, quer pelos sindicatos. Foi notória uma significativa participação nas grandes cidades, nomeadamente Lisboa e Porto, muito graças ao sector dos transportes.
O país está gravemente doente, arriscando-se a morrer da cura, devido à violência dos tratamentos que poderão levar à sua asfixia.
Resta a União Europeia encontrar o remédio adequado para salvar uma “família” onde os sinais de contágio são por demais evidentes.

12 novembro 2011

Menos feriados e dias santos!

Na sequência das medidas de austeridade anunciadas para 2012, está previsto um acréscimo de mais dias de trabalho, face à redução de alguns feriados e dias santos.
Não tendo conhecimento da divulgação das datas escolhidas, que terão de passar por um acordo entre o Governo e a Igreja Católica, vou dar a minha opinião sobre os dias que me parecem mais aconselháveis para essa despromoção.
Em matéria de feriados, suprimiria o 5 de Outubro e o 1º de Dezembro pelo fraco significado que têm para os portugueses, não sabendo a maioria deles, o que se está a celebrar. Se a instauração da república já ocorreu há mais de um século e pouco nos diz, a restauração já foi há muito mais e talvez muitos, desejassem que nunca tivesse ocorrido.
No que diz respeito aos dias santos, a extinção do Dia do Corpo de Deus, seria o mais rentável em termos laborais, pois nunca ocorre nos fins-de-semana. A outra data escolhida, seria o 15 de Agosto, não em desconsideração à assunção da virgem Maria, mas apenas porque acontece em época de férias para a maioria dos portugueses e assim, não seria sentida muito a ausência do feriado.
Penso que, para além do 10 de Junho, dia de Camões e mais recentemente também de Portugal e das comunidades, não haveria muito por onde escolher, dado os restantes feriados, se tratarem de datas com grande significado para o nosso país.
Não é minha intenção aconselhar o Governo sobre esta matéria, pois os dias a suprimir do calendário, como dias de descanso, já estarão definidos, mas apenas deixar o meu ponto de vista sobre o assunto.

08 novembro 2011

"Troika intervém no futebol português"

Face às crises constantes verificadas no nosso futebol, houve necessidade de recorrer ao FMI “Futebol mais internacional” a fim de reorganizar o desporto rei no nosso país.
Passadas a pente fino todas as estruturas e agentes desportivos, foram tomadas várias medidas de austeridade enquanto nos era concedido um empréstimo de 86 mil milhões de euros para revitalizar os estádios abandonados após o Euro 2004.
Do memorando fazem parte, entre outras, as seguintes medidas:

1ºUniformizar o vencimento de todos os jogadores profissionais para o salário mínimo.

2º Multa de 5 mil euros a todos os árbitros que não compareçam aos jogos para que foram nomeados.

3º Multa de 50 mil euros a todos os presidentes e treinadores que façam comentários sobre as arbitragens.

4º Prisão perpétua para os jogadores que se recusem a jogar pela selecção.

5º Descontos especiais a quem promover eventos nos referidos estádios; tais como: Casamentos, concertos, despedidas de solteiro, velórios etc.

6º Penalizações para as equipas que contratem jogadores portugueses.

7º Obrigatoriedade de promover jogos entre solteiros e casados nos estádios menos utilizados.

8º Integração da equipa do F.C. Porto na liga espanhola para possibilitar o Benfica a ser campeão nacional

9º Multas pesadas em caso de apagões e troca de mimos nos túneis de acesso aos balneários.

10º Fusão da F.P.F. e da Liga de Clubes num só organismo a fim de evitar maiores despesismos.

Espera-se que estas medidas venham a reestruturar e dinamizar o nosso futebol e rentabilizar os nossos estádios pouco utilizados.

05 novembro 2011

Tabuaço - "cata-ventos" poderão reforçar energias renováveis?

Todos conhecem os tradicionais cata-ventos, normalmente colocados nos pontos mais altos das localidades como torres e campanários, para nos indicarem a direção do vento. Mais recentemente este termo começou a ser utilizado com um sentido pejorativo, referindo-se aos cidadãos que mudam de camisola consoante os ventos políticos. Sendo frequentes as rajadas a nível partidário, com a deslocação do vento da direita para a esquerda, ou da esquerda para a direita conforme sopram localmente, ou a nível nacional, muitos têm sido os cata-ventos espalhados por este concelho.
Surgiram nos últimos meses nesta região, as torres eólicas como aproveitamento de energia renovável. Será que esta ventania provocada pelos oportunistas da política, poderá também transformar-se em energia renovável capaz de unir vontades e esforços para catapultar este concelho para um lugar de destaque, onde os seus habitantes se sintam bem e possam receber com simpatia os turistas que já nos visitam e que esperamos venham a ser em maior número?
Se assim for, que proliferem os cata-ventos não só em Tabuaço, mas também por todo o país incluindo as regiões autónomas dos Açores e da Madeira.

29 outubro 2011

Quem vai ficar nas nossas aldeias?

Um dos grandes problemas do nosso país, é sem dúvida o enorme contraste entre o litoral e o interior. O litoral mais populoso, mais urbano e mais industrial e um interior mais rural, mais desertificado e mais pobre. Esta realidade nunca atenuada pelos nossos governantes, tem provocado o super povoamento das grandes cidades com as dificuldades inerentes no trânsito, na segurança, nos transportes, etc. No interior, com a escassez do sector secundário e o abandono crescente do sector primário, a desertificação tem sido uma constante.
A falta de empregos e as violentas medidas de austeridade, têm feito renascer a emigração.
Com o encerramento maciço das escolas, as crianças foram obrigadas a deslocarem-se para as vilas mais próximas, perdendo-se uma das figuras emblemáticas das nossas aldeias, o professor. A crise de vocações sacerdotais havia já perdido, na maioria dos casos, mais um dos principais pilares dos meios rurais, o Pároco.
Como tudo isto não bastasse, fala-se na extinção da maioria das Juntas de Freguesia. A verificar-se tal medida, será o assassinato das nossas aldeias com o consequente desprezo total de milhares de idosos e o desaparecimento do único sobrevivente de um triunvirato que foi durante muitas décadas o suporte cultural e social de muitas freguesias.
Esperemos que a necessidade férrea de fazer cortes, não vá aniquilar ainda mais aqueles que pela sua pequenez não têm voz e força suficiente para fazer valer os seus direitos.

21 outubro 2011

Cavaco tenta acertar "passos a Coelho"

Mal acolhido pelo Governo e partidos que o sustentam, o discurso do Presidente da República proferido no recente congresso dos economistas, foi sem dúvida mais uma acha para a fogueira do descontentamento em relação à crescente onda de austeridade.
Numa altura em que começa a haver alguma agitação social, com uma greve geral já anunciada, e quando se discute o orçamento de estado para 2012, parece-me inoportuna a intervenção vinda de Belém. Não vou pronunciar-me sobre a falta de acuidade fiscal em relação à suspensão do 13º mês e subsídio de férias para a função pública, pois isso obrigaria-nos a analisar outras situações de desigualdade entre estes e os privados.
Está em causa a desesperada situação das nossas finanças que implicam um tratamento imediato não havendo margem para possíveis instabilidades. Não podemos denegrir a nossa imagem no exterior, nem incentivar a contestação, caso contrário poderemos estar a comprometer o sucesso do tratamento. As palavras do magistrado supremo da Nação, podem ter consequências imprevisíveis quer a nível político quer a nível social. O que será discutido nos encontros semanais entre Belém e S. Bento? Como economista prestigiado, o Presidente da República deveria manifestar a sua opinião em privado com o Primeiro-ministro, apresentando soluções alternativas. Se o fez e não foi ouvido, também não será agora, com o inconveniente de ter sido ouvido por mais de 10 milhões de portugueses, já suficientemente revoltados e preocupados com o presente e o futuro do país.

14 outubro 2011

Mais um Dia Internacional da Bengala Branca

Todos os anos o dia 15 de Outubro é dedicado à problemática da deficiência visual. A Bengala Branca é o símbolo que identifica as pessoas que não dispondo do sentido da visão, têm de recorrer a utensílios que o ajudem na sua mobilidade.
Todos são unânimes em reconhecer que a cegueira é uma enorme contrariedade e a maioria dos normovisuais, mesmo um drama, porém poucos colaboram no sentido de atenuar o peso que tal deficiência acarreta. Apesar de já existirem alguns apoios e benefícios por parte do Estado e de algumas entidades, são ainda insuficientes e muitos não têm aplicação na prática. Falta sensibilidade aos nossos empresários no sentido de darem mais oportunidades a quem, tão bem pode desempenhar algumas funções. O Estado apesar de ser o maior empregador, nem sempre respeita a legislação em vigor. Por outro lado, o cidadão comum ainda tem atitudes demasiado proteccionistas e de alguma compaixão, nada benéficas para a plena integração e bem estar dos deficientes visuais.
É necessário que todos tenham um comportamento normal com as pessoas cegas pois geralmente são cidadãos com todas as capacidades, algumas delas mais desenvolvidas, apenas privados de ver com os olhos. Por isso não ignore o deficiente visual, nem lamente a sua deficiência na sua presença. Aja como estivesse diante de outra pessoa e prontifique-se a ajudar caso lhe pareça necessário.

12 outubro 2011

Dinamarqueses impõem austeridade à nossa selecção

Terminada a fase de grupos relativa ao apuramento para o Europeu a disputar no próximo ano na Polónia e Ucrânia, Portugal, dependendo exclusivamente de si, não conseguiu levar de vencida a sua congénere Dinamarquesa, ficando assim obrigada a disputar um play-off entre os melhores segundos classificados.
Não é inédita esta situação, pois já se verificou noutras ocasiões, nomeadamente no apuramento para o mundial de 2010.
Dispondo dos melhores jogadores do mundo, a nossa selecção obriga-nos a sofrer até ao último segundo, demonstrando uma insegurança e, em alguns jogos, falta de classe, para quem ocupa os primeiros lugares no ranking do futebol mundial.
Somos capazes do óptimo e do péssimo. Sabemos que a magia do desporto rei está essencialmente na incerteza dos resultados, não sendo sempre a melhor equipa a vencer, no entanto as nossas estrelas ficam demasiadas vezes eclipsadas, vendo ofuscado o seu brilho.
Deprimidos pelas medidas de austeridade que nos têm sido impostas, esperávamos da nossa selecção o anti-depressivo ideal para atenuar as nossas preocupações e angústias. Porém, tal não aconteceu mantendo-se a nossa ansiedade e incerteza em relação ao nosso apuramento.
Como penalização pelos fracos resultados alcançados, os nossos jogadores serão também sujeitos a medidas de austeridade, sendo obrigados a disputar mais dois jogos para lutarem por uma presença no próximo europeu.

10 outubro 2011

Madeira continua a ser um Jardim

Apesar de repleta de ”buracos”, e com “rosas” bastante mais murchas, a Madeira continua a ser um Jardim, com Alberto João a manter a maioria absoluta, embora com resultados bem mais modestos do que nos últimos actos eleitorais.
De características peculiares e num estilo muito próprio, sem papas na língua, o presidente do governo regional da Madeira continua a ser o maior “dinossauro” do nosso regime político. Sem estar isento de erros e de alguns comportamentos menos transparentes, Jardim conseguiu fazer da Madeira a segunda região mais desenvolvida de Portugal em contraste com algumas regiões do continente, que também bem esburacadas continuam a ser das mais atrasadas da União Europeia.
Poucas serão as autarquias que não se encontram em situação extremamente difícil e que assistem à sua desertificação em virtude de os seus habitantes não encontrarem na sua terra natal, meios de subsistência. O mesmo se poderia afirmar em relação ao anterior governo Português que nos deixou numa situação económico -financeira verdadeiramente desastrosa.
Não me cabendo defender Alberto João Jardim, também com algumas culpas no cartório, parece-me ter sido mais um excelente aluno do despesismo e da irresponsabilidade, como aconteceu com a maioria dos nossos políticos e da generalidade dos portugueses, que se habituaram desde há muito a viver acima das suas possibilidades.
“Quem estiver inocente, atire a primeira pedra”.

05 outubro 2011

Um exemplo de coragem e simplicidade a seguir!

Tenho, como privilégio, a sorte de ter como minha melhor amiga, um verdadeiro talento de coragem e de capacidades múltiplas, aliados a um misto de bondade e simplicidade, que muito me orgulha e cada vez mais raras de encontrar.
Nascida a 5 de Abril de 1932, na freguesia de Leomil, concelho de Moimenta da Beira, parteira de profissão, a sua vida foi repleta de enriquecedoras experiências que fizeram dela a “Madre Sara” dada a sua disponibilidade e bondade. Aposentada já há alguns anos, começou a perder a visão, dispondo actualmente de pequenos resíduos visuais que apenas lhe permitem ver vultos e cores mais intensas.
Apesar da sua idade já avançada, a “Madre Sara” demonstrou sempre uma jovialidade invejável, nunca se deixando abater pelas contrariedades da vida. Não podendo ver o mundo com os olhos do corpo, passou a vê-lo de uma forma mais profunda, com os olhos da alma.
Vem a propósito deste apontamento, uma cerimónia cheia de simbolismo realizada no passado dia 30 de Setembro, na biblioteca municipal de Moimenta da Beira, com a presença honrosa do Presidente da Edilidade, onde foi apresentado o seu primeiro livro de “pequenas rimas”, como a autora lhe chama, ao mesmo tempo que eram expostos alguns quadros de sua autoria, onde demonstra todo o sentimentalismo e a grandeza como passou a ver e a sentir as coisas.
Ficamos à espera das suas memórias onde todos poderão conhecer melhor o carácter e a personalidade de uma Mulher que não teve medo de nada, mesmo de ficar privada do sentido dos sentidos.

Obrigado “Madre Sara” pela sua dedicação e pelo seu exemplo de coragem.

Nota: A referida obra tem o título “Pinceladas” e a autora é Sara Lourenço.
Estão previstas para breve mais duas apresentações da mesma obra na Delegação da ACAPO de Viseu onde a autora é dirigente e no sindicato dos enfermeiros na cidade do Porto onde é sócia honorária.

18 setembro 2011

Tabuaço - Ensino de cara lavada, mas com cheiro a transpiração

A exemplo do que tem vindo a acontecer por todo o país com a construção de centros escolares a fim de suprimir o encerramento maciço de escolas do 1º ciclo, a Vila de Tabuaço foi também contemplada com um moderno e espaçoso edifício para as crianças do 1º ciclo e jardim-de-infância, situado junto à escola Abel Botelho, onde já funcionavam o 2º e 3º ciclos e o secundário. Ficamos assim, com um complexo escolar que muito nos orgulha e que pode responder às necessidades deste concelho.
De visita recente a este distrito com o objectivo de inaugurar outros espaços similares, estiveram o Senhor Primeiro Ministro e o ministro da Educação, que estranhei não se terem deslocado a Tabuaço para procederem à inauguração do mesmo. Não terão as ditas individualidades tido consideração pelos Tabuacenses, ou não terão sido convidados pela autarquia? Teria sido mais que oportuna as suas visitas principalmente pela situação conturbada que se vive há mais de um ano, entre a Direcção da escola e a Câmara Municipal.
Todos têm sido prejudicados com este impasse que nada beneficia o funcionamento da escola, nem a imagem do Município com grandes responsabilidades na educação e no normal funcionamento dos seus estabelecimentos de ensino.
Na escola Abel Botelho, sede do agrupamento, podemos constatar uma redução drástica de cerca de 50% do seu pessoal auxiliar havendo na presente data cerca de uma dúzia de assistentes operacionais ao serviço. Em contraste com estes números, tivemos um acréscimo de administrativo idêntico em termos percentuais, num total de 11 assistentes em actividade.
Algo está mal na distribuição do pessoal desta escola não podendo de forma alguma funcionar como seria desejo de toda a comunidade escolar.

30 agosto 2011

Bem-aventurados os ricos solidários porque deles é o reino dos Céus

Sendo cada vez maior o fosso entre pobres e ricos e mais elevado o número de grandes fortunas e de pessoas abaixo do limiar de pobreza, impõem-se cada vez mais políticas no sentido de criar uma maior justiça social. A classe média tende a desaparecer dado ser a mais atingida com os efeitos da crise económica. Difícil controlar e contabilizar os rendimentos do trabalho de algumas profissões liberais, de alguns trabalhadores independentes e de alguns empresários, a carga fiscal recai sobretudo sobre os que trabalham por conta de outrem, impossibilitados de fugir aos impostos. São assim os mais desfavorecidos e mais sacrificados que têm de pagar a crise.
Quero aqui realçar com admiração e entusiasmo a posição dos detentores das maiores fortunas de França e dos Estados Unidos que tiveram a iniciativa de sugerir a criação de um imposto extra sobre as maiores riquezas. É lamentável que os países com maiores dificuldades económicas ainda não tenham tido a coragem de o fazer e optem por penalizar os mais pobres. Seriam certamente bem aceites pela maioria dos portugueses, essas medidas. Porque não é criada uma taxa extra do IVA para produtos de luxo e alta gama, em vez de aumentar a taxa de produtos essenciais? Porque não se pedem mais sacrifícios aos que mais podem? Estarão os nossos políticos a defender os seus bens e os seus rendimentos? Ou estarão comprometidos com o grande capital? Espero que o nosso governo se apresse a imitar o governo francês e aplique um imposto aos grandes magnatas de Portugal.
Chocaram-me as palavras do homem mais rico do nosso país, quando abordado sobre este assunto. “Não me considero rico, mas apenas um trabalhador”. Ele lá sabe, pois o dinheiro não é tudo, nem sequer o mais importante da vida.

25 agosto 2011

Arbitragem ao rubro

Começou agitada a nova época futebolística no que diz respeito à sempre polémica arbitragem. A falta de resultados positivos por parte de quem investiu o que não tinha e a urgência de conquistar vitórias mostrando à massa associativa a disposição de discutir o título, levou a declarações que não foram bem recebidas pelo árbitro João Ferreira e consequentemente pela classe a que pertence.
Este facto, deu origem à ausência da equipa de arbitragem no jogo Beira Mar-Sporting, acabando o mesmo, por ser dirigido por um árbitro dos escalões secundários.
Quando se pretende estabilidade no nosso futebol, rico em acontecimentos sui generis, parece-me exagerada a posição de João Ferreira e seus parceiros. As afirmações dos elementos de Alvalade, não foram violentas, longe disso, que justificassem uma posição tão radical, logo à 2ª jornada.
Penso que a comissão de arbitragem também não esteve bem, ao aceitar de uma forma impune, a recusa dos juízes de campo em comparecerem ao jogo. O que aconteceria se alguns jogadores se recusassem em jogar ou ao treinador em ir treinar? Ou se qualquer trabalhador se recusasse a ir trabalhar sem apresentar atestado médico? Os árbitros apesar de semi-profissionais, não deviam poder recusar-se a arbitrar, só porque não gostaram de declarações de algum agente desportivo. Já não teríamos governo há muito tempo se os nossos governantes procedessem dessa forma. Vivemos em democracia, por isso temos o direito de manifestar a nossa opinião, desde que o façamos com respeito e educação.
Esta é a minha opinião pessoal e estou à vontade para a manifestar, na medida em que não sou adepto do clube em causa.

27 julho 2011

Uma vida a dois

Há mais de uma década, tive a pretensão de escrever um livro com este título, baseado na minha experiência de vida e em alguns textos que li sobre a matéria. Com grande pena minha, a ideia não passou de um reduzido rascunho de folhas soltas, dado o meu poder de síntese e a dificuldade em desenvolver um tema. Resta a esperança de mais tarde, caso chegue à idade da minha reforma com a lucidez para o fazer, conseguir abordar tão complexo assunto.
Cada vez é mais difícil tratar esta matéria, dadas as mutações sociais verificadas nos últimos anos na nossa sociedade. No entanto, nunca foi tão necessário falar dela e procurar encontrar soluções para uma sã convivência dos casais.
Não pretendo apresentar soluções milagrosas, pois também falharam no meu caso concreto, mas apenas expressar o que me parece primordial sobre a mesma.
Uma vida a dois, implica partilha, tolerância e cedências de ambas as partes. Implica bom senso, confiança e muito diálogo. Cada ser humano tem a sua personalidade e o seu carácter. Cada um tem os seus gostos, os seus hábitos e a sua forma de estar na vida. Cada um tem os seus defeitos e as suas qualidades. Por isso tem de haver um esforço mútuo no sentido de se ajustarem um ao outro para que haja harmonia e bem-estar. Uma vida a dois, faz sentido quando cada um representa uma mais valia para o outro. As vicissitudes da vida, o stress do quotidiano e a desvalorização dos grandes valores humanos, têm contribuído para que cada vez seja mais difícil conseguir um entendimento entre as pessoas que diariamente têm de conviver debaixo do mesmo tecto.
O homem é um animal social que tem de saber viver em sociedade não podendo impor sempre a sua vontade e os seus caprichos. Temos de respeitar a liberdade dos outros e deixar imperar o bom senso.
O Amor terá de ser a chave mestra de uma relação a dois, mas obedecendo sempre aos princípios de uma sã convivência atrás mencionados, tendo como grandes pilares o diálogo e a mútua confiança.
Haveria muito mais a dizer sobre o assunto, mas este espaço não o permite.
Espero ter ajudado a reflectir sobre o que implica uma vida a dois, embora tenha consciência que não descobri nada de novo, mas muitas vezes esquecemo-nos de pôr em prática.

01 julho 2011

Tabuaço - Festas do concelho

Apesar da crise, o S. João não foi esquecido no concelho de Tabuaço, tendo sido festejado com um entusiasmo contido, mas com uma grande participação popular.
Foi com bastante agrado que assistimos à participação da maioria das freguesias, quer nas marchas populares, quer na procissão, quer no festival de karaoke. É de aplaudir a iniciativa da Câmara Municipal e a colaboração das Juntas de Freguesia que na sua generalidade, estiveram presentes procurando fazer o seu melhor. Estas são de facto as verdadeiras Festas do Concelho e não apenas da vila de Tabuaço, como acontecia anteriormente. O S. João não se identifica com escolas de samba e outras manifestações de puro folclore, mas sim com a vivência e alegria das nossas gentes.
Estou convicto de que no futuro, o bairrismo de todos, irá melhorar ainda mais os vários desfiles numa verdadeira demonstração da imaginação e capacidades dos seus habitantes.
Também é de salientar a hora a que saíram as marchas cumprindo quase com total rigor o horário anunciado.
Dada a pequenez da nossa vila, parece-me vantajosa a concentração de todos os festejos, bem como espaços de lazer, na Avenida principal, onde nunca faltaram momentos de animação mesmo enquanto as pessoas se deliciavam com a tradicional sardinha assada, ou outros petiscos da região.
Depois de 2010 ter sido o ano de transição e adopção deste novo figurino, 2011 foi de facto o ano da consolidação do mesmo, com maior rigor e maior participação.
Estão de parabéns quantos contribuíram para a valorização das nossas festas. Com a colaboração de todos, podemos ainda fazer melhor projectando assim o nosso concelho trazendo até nós mais visitantes.

17 junho 2011

Santos Populares

Santo António é o primeiro, Famoso casamenteiro,
Saudado na capital.
Lembrado noutras cidades,
Com grandes festividades,
Não ser ele de Portugal!

São João o mais gaiteiro,
Optou por ser tripeiro,
Com sede nas Fontainhas.
Festejado em todo o norte,
Onde a tradição mais forte,
É a broa e as sardinhas.

São Pedro vem a fechar,
Estes dias de reinar,
Dias de grande folia.
Foram muitas as noitadas,
Bailes e sardinhadas,
Dias de grande alegria.

Não faltaram procissões,
Entre muitas devoções,
A quem mereceu os altares.
Houve marchas e balões,
Concertos, muitas canções,
São os Santos populares.

Este imenso colorido,
Põe o povo divertido,
Afugentando a tristeza.
Alivia as depressões,
Esquecemos os “tostões”,
Dá-nos nova fortaleza.

Mais um ano há-de vir,
Tudo se irá repetir,
Talvez com maior fulgor.
Haverá animação,
Mesmo que esta Nação,
Não pareça estar melhor!

09 junho 2011

“Portas entreabertas a Coelho”

Decidida nas urnas uma maioria centro-direita, cabe aos seus líderes um entendimento para um governo conjunto; PSD CDS.
Portas apesar de ter eleito mais 3 deputados, ficou um pouco aquém das expectativas em função do voto útil a favor de Passos Coelho. A vontade férrea de afastar Sócrates, levou muitos admiradores do líder do CDS a votar nos sociais-democratas.
Paulinho das feiras, consciente dessa vontade de parte do eleitorado e sabedor da importância do seu partido para a formação da nova equipa governamental, vai certamente exigir uma maior representatividade no próximo governo do que mostra a simples frieza dos números. Não vai ser fácil Coelho abrir as “portas” de par em par para conseguir um acordo que lhe seja favorável. Terá de evitar alguns “passos” para que o país não seja vítima de um impasse que a situação económica não permite.
Teremos oportunidade de verificar qual o mais patriótico que vai pôr os interesses da Nação acima dos interesses do seu partido.
Não é altura para os seus dirigentes perderem tempo com pequenos trocos ou simples quezílias partidárias.
É tempo dos nossos políticos procurarem recuperar a falta de credibilidade e mostrarem aos portugueses que se candidataram para ajudar o país a sair da crise em que se encontra e não por outros interesses de ordem pessoal ou partidário.

07 junho 2011

PSD de Tabuaço indiferente à vitória de Coelho

Depois de uma vitória bem expressiva dos sociais-democratas e do consequente óbito político do eng. Sócrates, virou-se uma nova página na história da nossa democracia, criando-se condições para a formação de um governo maioritário de centro-direita chefiado por Passos Coelho.
Perante tais resultados, esperava que os seus aliados bem como os inimigos de Sócrates se manifestassem ruidosamente pelas ruas desta vila a exemplo do que tem acontecido após outros actos eleitorais e noutras localidades. Fiquei por isso surpreendido quando ao longo da noite apenas ouvi uma buzina algo envergonhada por não ter adesão ao seu apelo.
Será que o PSD apenas se manifesta perante as vitórias caseiras, sem dúvida as mais apetecidas e lucrativas, ou os seus apoiantes são alérgicos ao pelo do “coelho”? Não quero pensar que não o fizeram em virtude da autarquia ser de outra cor e por isso não queiram assumir a sua opção partidária!
Estou certo que o mesmo não aconteceria se voltasse a ganhar o partido socialista.
Apesar de ser muito importante o governo do nosso concelho, é muito mais relevante o destino da Nação. Não foi nada patriótica e solidária para com o seu líder a indiferença dos sociais-democratas deste concelho, face à indiferença perante a grande vitória do seu partido, numa das mais importantes eleições legislativas após a revolução dos cravos.

05 junho 2011

Coelho mais veloz com Portas abertas a uma coligação

Mais uma vez, o povo português mostrou grande maturidade política, ao decidir nas urnas o futuro da governação do nosso país.
Conscientes dos erros do passado, os eleitores resolveram penalizar o desgoverno de Sócrates e dar nova oportunidade ao centro-direita, procurando mais estabilidade para a resolução dos graves problemas da Nação.
Coelho, apesar de alguns ziguezagues no início da campanha, conseguiu com a sua velocidade superar a “matreira raposa” que se distraiu um pouco obcecada com o PEC4.
Abriram-se assim as “portas para a formação de um governo maioritário, PSD-CDS que poderá ser uma nova esperança para dar um novo rumo a um país afogado no abismo.
Resta-nos que os dois partidos se entendam e formem uma equipa coesa e competente, onde os interesses nacionais superem os interesses pessoais e partidários.

01 junho 2011

Os cegos também vêem

Se é verdade que é através da visão que temos a faculdade de percepcionar os objectos e tudo que nos rodeia, não é menos verdade que pudemos ter alguma percepção dos mesmos através dos restantes sentidos. Isto equivale a dizer que não vemos apenas com os olhos como aliás pensa a generalidade das pessoas. Os cegos, privados desse importante sentido, são obrigados a desenvolver os restantes de modo a tirar o maior partido deles. Deste modo, conseguem “ver” o que muitas vezes escapa aos normovisuais.
Assim, através da fala, dos passos, ou até mesmo pelo perfume, eles vêem quem se aproxima. Pelo tacto conseguem identificar e distinguir os objectos. Conseguem distinguir as suas peças de vestuário embora não saibam a sua cor.
Costumo dizer em ar de graça, que os cegos vêem mais do que as outras pessoas, na medida em que conseguem ver tanto de dia como de noite, enquanto os normovisuais ficam totalmente perdidos e desorientados quando não têm luz.
Para aqueles que ao longo da vida perderam a faculdade de ver, mas que já tiveram um contacto directo com o ambiente que nos rodeia, é mais fácil percepcionar as coisas, dada a sua memória visual que lhe permite visualizar com mais rigor o que lhes é mostrado ou descrito.
Para os cegos congénitos, as coisas são um pouco diferentes, pois as imagens que visualizam são as que foram criando ao longo dos anos através do contacto com os objectos e da descrição que lhes tenha sido feita pelas pessoas que vêem.
Para além desta visão, poderíamos falar de outra, que tem a ver com a maior facilidade que normalmente os cegos têm em conhecer alguns aspectos da personalidade dos seus interlocutores, na medida em que a sua atenção não se perde na observação das suas fisionomias, mas concentra-se exclusivamente no diálogo que trava com os outros.

29 maio 2011

Sondagem da U.L. (Universidade de Longa) em colaboração com o "Jornal da Caserna de Tabuaço"

PSD “Pessoas sensatas e democráticas” .... 35,8 %

PS “Pessoas satisfeitas”…. 33,2%

CDS “Cidadãos descendentes de Salazar”…. 14,6%

CDU “Cidadãos desviados do universo”…. 8,1%

BE “Bloqueados de esquerda”…. 7%

Outros partidos…. 1,3%

NOTA: Esta sondagem foi efectuada em plena campanha entre os dias 27 e 29 de Maio, num universo de 1490 telefonemas. A margem de erro é de 0, 0001%

A referida sondagem tem apenas carácter lúdico, não querendo ferir susceptibilidades.

Resposta Fictícia à minha Carta Aberta ao Sr. Presidente da Câmara Municipal de Tabuaço

Caro munícipe

Li atentamente a carta aberta que me dirigiu, que desde já agradeço e passo a responder.
Em relação à sua carta fechada de 9 de Fevereiro, que diz não ter obtido até à data qualquer resposta, tenho a informá-lo que respondi à mesma, no passado dia 30 de Fevereiro do corrente ano, pelo que a ausência da sua recepção, terá a ver com algum atraso dos CTT, ou ao seu desaparecimento na escola, onde já é habitual desaparecer quase tudo, talvez por obra e graça do Abel Botelho.
Aconselho-o, por isso, a dirigir-se à secção de perdidos e achados dessa escola.
Refere que pouco mudou neste curto espaço do meu mandato. Lamento não ter mencionado as “melhorias”verificadas na própria escola secundária, onde trabalha, onde tudo passou a funcionar na perfeição e se vive um ambiente de perfeita harmonia, o que já não acontecia há longos anos.
Em relação à sua crítica ao aumento de obesidade do executivo camarário, talvez a mais justa, já foi aberto concurso para colocar uma nutricionista, ainda não tendo sido o lugar ocupado, em virtude das candidatas concorrentes, não disporem de cartão “rosa”.
No que diz respeito às piscinas cobertas e à biblioteca, não são infra estruturas prioritárias, pelo que apenas serão inauguradas nas próximas eleições autárquicas a fim de podermos mostrar alguma obra feita.
Não estou esquecido das suas sugestões sobre melhorias nas acessibilidades para pessoas com mobilidade reduzida, mas compreenderá que esses melhoramentos não conquistam votos dado beneficiarem um número muito escasso de eleitores.
Em relação às classificações do pessoal não docente da escola Abel Botelho, é sem dúvida um dos grandes problemas que tenho a resolver, pois dado à sua coragem e valentia, todos mereciam excelente, mas como sabe, devido às quotas, não é possível fazê-lo.
Caro munícipe, descanse que este concelho não irá desaparecer do mapa, o que tem vindo a desaparecer, são os Tabuacenses…
Agradeço a sua frontalidade, que para mim não constitui novidade, e a oportunidade de poder responder-lhe num espaço público onde os habitantes desta terra possam conhecer a minha posição sobre as questões levantadas.

Com os meus cumprimentos

Tabuaço, 30 de Maio de 2011

Pelo “Presidente da Câmara”

José Luís Lopes

22 maio 2011

Um Porto de Honra

Depois das super colheitas de 1987, 2003 e 2004, 2011 será certamente uma das melhores de toda a história do F.C. Porto.
Um campeonato sem derrotas e apenas 3 empates, o melhor ataque, a melhor defesa, uma Liga Europa e uma taça de Portugal bem como uma supertaça Cândido de Oliveira, constituem um excelente pecúlio dificilmente igualado por qualquer potência do futebol mundial. Se considerarmos a diferença pontual de 21 pontos sobre o eterno rival e mais de 30 sobre o 3º classificado, bem se poderá dizer que os portistas passearam a sua classe ao longo da prova.
Estão de parabéns todos os seus jogadores e responsáveis pelo trabalho desenvolvido e pela organização demonstrada ao longo de várias décadas.
Teremos de destacar o seu polémico e carismático presidente e o seu jovem treinador, que demonstrou grande profissionalismo e dedicação.
Uma homenagem para o Sporting de Braga digno vencido da Liga Europa, que fez uma prova espectacular face ao seu orçamento e dimensão.
Está de parabéns o futebol português pelo prestígio mais uma vez demonstrado e pelas alegrias que proporcionou a quantos vibram com os êxitos das equipas portuguesas, independentemente das suas cores clubistas.

Carta aberta ao Sr. Presidente da República

Senhor Presidente, desculpe ser o último a quem me dirijo. Não o fiz por desconsideração ou outro motivo, mas porque habitualmente fica para o fim a análise à equipa de arbitragem. Para além disso, costuma-se dizer: os últimos são os primeiros.
Não querendo pôr em causa a sua competência e actuação ao longo deste jogo político, terei de dizer que me parece estar a fazer uma arbitragem muito condescendente no aspecto disciplinar, dadas as escaramuças constantes, para não dizer violência das equipas intervenientes. Será que se esqueceu dos cartões no balneário?
Neste duelo entre “rosas e laranjas”, únicos candidatos deste campeonato, à vitória a 5 de Junho, têm sido frequentes as agressões mútuas, numa economia de cartões amarelos por vezes injustificada dados a reincidência com que se verifica essa indisciplina.
Nesta prova também com direito a transmissões televisivas, que irá escolher os nossos representantes para disputar a taça FMI, não poderá haver desatenções, pois estamos perante uma competição mais rigorosa e importante que não se compadece com falhas técnicas ou disciplinares.
Esperamos assim, que V.ª Ex.ª esteja à altura da importância de que se reveste esse jogo quer no plano político, quer no aspecto económico, pois depende do êxito na prova podermos merecer continuar entre os grandes da Europa.

21 maio 2011

Sondagens podem condicionar resultados eleitorais

Já há algum tempo, tive oportunidade de me manifestar contra a realização de sondagens em vésperas de eleições.
Apesar de terem um valor relativo podem influenciar os eleitores, mesmo em alguns casos, contribuir para o aumento da abstenção. O voto é secreto e muitas vezes, decidido à boca das urnas, por isso, tudo o que se possa prever anteriormente, poderá ser manipulado e enganador. Os partidos poderão ser beneficiados ou prejudicados consoante a intenção de voto da maioria. Com a bipolarização verificada no nosso regime democrático, em que apenas 2 partidos têm possibilidades de vencer, poderá ser ainda mais notória essa influência, funcionando muitas vezes o chamado voto útil. Saem assim prejudicados os pequenos partidos quando as sondagens apresentam resultados muito próximos entre os principais partidos. Se a diferença entre estes for bastante grande, poderá ser prejudicado o que se apresenta mais destacado, na medida em que a mobilização para os seus habituais eleitores votarem, é menor, podendo levá-los à abstenção.
Muitos mais exemplos podia mencionar, para além dos casos conhecidos em que os resultados das sondagens foram extremamente enganadores.
Não compreendo como os nossos partidos ainda não alteraram uma lei que os pode prejudicar e confundir os portugueses, dando-lhes um cenário político, muitas vezes distorcido da realidade.
Será que um dia não vamos votar porque já sabemos com antecedência os resultados das eleições?

14 maio 2011

Portas impede passos a Coelho e abre caminho a Sócrates

Não pretendendo fazer futurologia, nem assumir a condição de comentarista político, tudo leva a crer que no próximo dia 5 de Junho, o povo venha a aclamar “Barrabás”em desfavor do “senhor dos Passos”, traído de certa forma pelo seu condiscípulo “judas Catroga”.
O que muitos julgam parecer impossível, poderá ser uma realidade, caso se confirme a tendência verificada na opinião pública, de uma transferência significativa de votos do PSD para o CDS. Porta será certamente a grande surpresa destas eleições, tirando partido dos confrontos entre os dois candidatos a primeiro-ministro e do zig zag de Coelho, muitas vezes provocado pelo seu candidato à pasta das finanças.
Nada o fazendo prever, poderemos assim, ter Sócrates como vencedor do próximo acto eleitoral.
Impossibilitado de formar um governo com uma ampla base de apoio, dada a posição assumida pelos responsáveis dos restantes partidos, esperemos que “Pilatos Silva” não venha a lavar as suas mãos, mas assuma as suas funções presidenciais, não deixando que o país caia em novo vazio político, o que seria fatal para a nossa agonizante economia.
Cabe aos portugueses fazer uma análise profunda do que será menos mau para a nossa democracia, para que estas eleições não sejam mais um acontecimento despesista, mas possam ser um ressuscitar das nossas esperanças numa estabilidade política e numa recuperação económica que tanto necessitamos.

11 maio 2011

Caros leitores

Um blogue é um espaço livre de opinião, onde podemos manifestar a nossa forma de pensar sobre os mais variados assuntos, sem censura, desde que o façamos de forma educada e civilizada. Decidi criar este espaço em 12 de Dezembro de 2006, depois de ser vítima dessa mão pesada, que pensava ter terminado com a revolução dos cravos, mas que alguns conservadores ainda a praticam nos seus órgãos de comunicação social.
Só com a colaboração activa dos seus leitores, é que podemos ter feedback sobre o que escrevemos.
Satisfeito com o número de visitantes que já ronda os 6000, sinto alguma frustração pela escassez de comentários, na medida em que o blogue não tem a vitalidade que desejava.
Por esse motivo, apelava a todos que visitem este espaço, que manifestassem a sua opinião mesmo que seja contrária às ideias por mim expressas.
Peço que o façam de uma forma elevada, respeitando a opinião dos outros e com uma linguagem que não ultrapasse as margens do bom senso e da sã convivência.
Obrigado a todos os colaboradores.

08 maio 2011

Carta aberta ao Presidente da Câmara Municipal de Tabuaço

Ex.mº Senhor Presidente

Passado ano e meio da sua tomada de posse à frente dos destinos deste concelho, penso ter terminado o seu estado de graça como responsável máximo desta autarquia.
Conhecedor da minha frontalidade e espírito crítico, certamente não ficará chocado com a minha apreciação sobre alguns aspectos da sua actuação.
Decidi dirigir-lhe esta carta aberta, porque a que lhe enviei fechada em 9 de Fevereiro, não obteve, até à data, qualquer resposta.
Tal como prometeu durante a campanha, estava à espera de uma mudança, mas verifico que pouco mudou, para além das cores das viaturas municipais e da crescente obesidade do executivo camarário. Em relação à primeira, totalmente desnecessária, parece-me que faria mais sentido o cor-de-rosa, pois já diz o nosso povo; “azul e verde, escarro na parede”. Em relação à segunda, é extremamente despesista e injustificada quando assistimos a uma contínua desertificação do nosso concelho e vivemos uma crise económica de que não há memória.
Por outro lado, espanta-me que obras praticamente concluídas desde a sua tomada de posse, continuem fechadas e inactivas.
Em matéria de acessibilidades, foram inúteis as minhas sugestões, mantendo-se as coisas na mesma, quando tudo se faria em menos de um dia e quase sem quaisquer custos.
Possivelmente, já concluiu que é muito mais difícil governar do que estar na oposição a criticar, como aconteceu durante vinte anos.
Senhor Presidente, ainda tenho mais algumas questões para lhe colocar.
Como estão as avaliações do pessoal não docente da escola Abel Botelho, em relação a 2009, 2010 e 2011? Estamos a ser totalmente desprezados e prejudicados pela autarquia, que é quem diz que manda, mas que não actua. Aonde estão as competências que a Câmara diz possuir?
Senhor Presidente, a sua actuação tem sido duma passividade total. Desta forma o nosso concelho não tardará a desaparecer do mapa.
É com tristeza que vejo o nosso concelho a regredir quando tem potencialidades naturais que têm sido totalmente desaproveitadas.

Tabuaço - doenças crónicas que impedem um desenvolvimento sustentado

Situado na margem esquerda do rio Douro, numa encosta de vinhas dispostas em verdadeiro anfiteatro, atravessadas por sinuosos traços de asfalto, nem sempre bem definidos dado ao seu deteriorado estado, Tabuaço é a sede de um pequeno concelho que serve de fronteira entre o Alto Douro e a Beira Alta.
Devido ao acidentado do terreno, esta vila é privilegiada graças às deslumbrantes paisagens que pode oferecer aos seus visitantes, e ao mesmo tempo prejudicada devido às dificuldades nas suas comunicações viárias e ao reduzido espaço destinado à construção.
Estes têm sido, sem dúvida, os principais factores para a falta de desenvolvimento desta terra, integrada numa região a quem foi atribuído o galardão de Património Mundial da Humanidade. Não existindo condições para a instalação de indústrias, vivendo essencialmente de uma agricultura cada vez mais asfixiada, os seus jovens são obrigados a partir rumo a outras paragens, contribuindo para a sua desertificação.
É evidente que sem boas vias de comunicação e com uma população cada vez mais reduzida e envelhecida, não há possibilidades de progresso.
Com o turismo a bater-nos à porta, é urgente criar condições para atrairmos e recebermos os turistas que cada vez mais visitam o Douro. Precisamos de ligações mais rápidas e seguras para quem vem até nós. Precisamos de alojamentos condignos para não o fazerem apenas de passagem. Precisamos de os saber receber e mostrar-lhes o que melhor possuímos. Vamos abrir as portas ao progresso para que este concelho possa inverter os seus dados demográficos e os nossos filhos possam sentir-se realizados na terra que os viu nascer. Só assim, Tabuaço poderá sair do marasmo em que se encontra.

06 maio 2011

Troika Portuguesa na alta-roda do futebol Europeu

F.C. Porto, Sport Lisboa e Benfica e Sporting de Braga, são os ilustres representantes de Portugal na Europa do Desporto Rei, que pela primeira vez apresenta 3 equipas numas meias-finais de uma competição europeia e dois finalistas a disputar a final da Liga Europa. Acontecimento inédito no nosso futebol, merece todo o destaque e elogios, comprovando que nem tudo vai mal, neste pequeno relvado voltado para o Atlântico.Merece-nos ainda mais respeito, a formação Bracarense nada habituada a estas andanças e com um orçamento incomparavelmente inferior às restantes equipas. O facto atinge ainda mais realce e mérito para o nosso País, na medida em que as 3 equipas são orientadas por treinadores portugueses, o que comprova que o “ sucesso Mourinho”, não é mero acaso, mas sim a prova de que dispomos também dos melhores treinadores do Mundo.
Se considerarmos o que se passa na nossa vizinha Espanha, em que teve dois semi-finalistas na Liga dos Campeões, com um deles já apurado para a final e outra equipa nas meias finais da Liga Europa, não haverá grandes dúvidas de que é na Península Ibérica onde se pratica melhor futebol.
Parece-me assim, que teria sido plenamente justa a escolha da candidatura conjunta a organização do mundial de 2018 pelos 2 países ibéricos.
Valha-nos ao menos o futebol para nos dar algumas alegrias e algum prestígio além fronteiras.

03 maio 2011

O quotidiano de uma pessoa cega

Tal como acontece com as pessoas normovisuais, não podemos classificar os cegos numa só categoria. Vários factores contribuem para que sejamos todos diferentes, cada um com a sua fisionomia, a sua personalidade e o seu carácter. A cegueira embora seja igual para todos, tem efeitos muito variados, consoante a mentalidade e formação de cada um. Enquanto alguns conseguem dar a volta por cima, fazendo uma reabilitação que lhes permite uma integração social, outros ficam mergulhados na sua mágoa, sendo incapazes de reagir a tal adversidade. É evidente que o dia-a-dia de cada um deles será extremamente diferente. Será normal, cada um sentir à sua maneira as dificuldades com que são confrontados ao longo da vida. Para estes últimos, tudo é obstáculo estando dependentes de terceiros para a maioria das actividades. Por outro lado, para os que fizeram uma boa reabilitação, tudo é mais fácil, embora encontrem algumas dificuldades no seu dia-a-dia.
Assim, para além das barreiras físicas originadas pela falta de sensibilidade das autarquias e do próprio Estado e pela negligência de parte significativa de cidadãos, com os carros e outros objectos em cima dos passeios, o cego tem de enfrentar uma sociedade ainda pouco preparada para lidar com a diferença. Para muitas pessoas, a cegueira continua a ter uma carga extremamente negativa, daí os invisuais serem vistos e tratados como seres inferiores. Ainda surgem algumas situações em que os deficientes visuais são discriminados, por vezes involuntariamente, outras em que são ajudados, mas de forma incorrecta, dada a inexperiência das pessoas em lidar com estas situações.
Impossibilitados de se dirigirem às outras pessoas, as pessoas cegas têm grandes dificuldades no relacionamento social e em criar novas amizades, pois estão dependente da aproximação dos outros, que muitas vezes as ignoram e desprezam. Esquecem-se que eles têm os restantes sentidos mais apurados e que muitas vezes se apercebem da sua presença.
Estes são alguns dos problemas sentidos pelos deficientes visuais, no seu dia-a-dia que poderiam ser francamente atenuados se houvesse mais respeito e mais sensibilidade para quem se viu privado do sentido dos sentidos, a visão.

12 abril 2011

Carta aberta ao Engº Sócrates

Como candidato ao próximo acto eleitoral, não podia deixar de lhe dirigir algumas palavras.
Algumas serão de desmotivação, outras de encorajamento consoante os defeitos e qualidades que lhe reconheço.
Apesar das más opções que tem tomado e da consequente condução desastrosa à frente da Nação, admiro a sua coragem de mesmo assim ainda ter forças para se sujeitar a novo sufrágio. É sobejamente reconhecida a sua habilidade em mentir aos portugueses com discursos e entrevistas aparentemente convincentes, mas que normalmente não se aplicam na realidade. Será que os eleitores ainda não se aperceberam disso? Diz o nosso povo: na primeira, quem quer cai; na segunda, cai quem quer e na terceira só cai quem é burro.
Tem acusado a oposição, em particular o PSD por terem provocado esta crise política ao não deixarem passar o PEC4. Não terá sido o Sr. Eng. a provocar essa situação, na medida em que não deu cavaco a ninguém, inclusive ao Sr. Presidente da República, do seu conteúdo?
Apesar de todas as desvantagens que implica uma ajuda externa, não compreendo a sua teimosia em só agora recorrer ao que era inevitável e possivelmente com consequências mais gravosas para o futuro. O seu ministro das finanças dizia há alguns meses que teríamos de recorrer ao FMI caso os juros da dívida soberana ultrapassassem os 7%. A verdade é que estamos quase a atingir os 10% e foi preciso os nossos bancos colocarem-lhe a pistola a trás da orelha para tomar essa decisão.
Tenho bastante dificuldade em saber quando está a falar verdade aos portugueses, mesmo apesar do seu ar de grande seriedade.
Esperemos que o povo português saiba escolher os melhores, ou talvez os menos maus, para que o país possa sair da crise em que se encontra e os nossos filhos não tenham o futuro hipotecado.

Carta aberta a Passos Coelho

Olá Pedro!
Desculpa este à vontade no meu tratamento, mas pensava estar a escrever ao meu filho Pedro que também é Coelho, mas que apenas difere nos “Passos”, que certamente são bastante diferentes. Compreendo a tua vontade de chegares depressa ao Poder e que por isso tenhas aumentado a velocidade, mas desculpa dizer-te, parece-me que o tens feito com uma passada bastante insegura e irregular, por vezes mesmo um pouco sinuosa.
O facto de seres o líder da oposição não significa que dependes apenas de ti, como acontece no futebol, mas terás de fazer uma analogia com o ciclismo, em que o corredor tem de saber gerir as suas forças, para poder atacar nos momentos certos e decisivos.
Estou convicto que como estreante nesta prova, dificilmente vais cortar a meta com êxito dada a experiência de alguns adversários que além de serem concorrentes habituais, dispoem de equipas bastante homogéneas e lutadoras. Sabes que nem sempre podes contar com os teus colegas de equipa que por vezes se distraem e dão uma ajudinha aos adversários. Por isso, penso não teres nada a perder se abrires as “portas” a uma ajuda daqueles que noutras alturas já deram a sua colaboração. Tens de contar com a experiência do outro favorito um excelente trepador e sprinter, que vai aproveitar-se da tua inexperiência para atacar a meta, conseguindo assim a 3ª vitória consecutiva.
Penso que só “S. Pedro” e “S. Paulo” juntos poderão afastar “Satanás” e evitar que este nos dê o último empurrão para o inferno.

Carta aberta ao Dr. Paulo Portas

Na sequência das cartas dirigidas aos 2 candidatos à vitória nas próximas eleições, senti a obrigação de também o fazer em relação a si, não porque tenha algumas hipóteses em vencer esse acto eleitoral, mas porque o seu resultado pode determinar o seu vencedor.
Estou convicto que o seu partido, mais uma vez, vai ter um papel fundamental na formação do novo governo, pois não se vislumbram maiorias absolutas de um só partido, o que vai obrigar o vencedor a proceder a coligações.
Tenho de felicitá-lo e ao CDS por nos últimos tempos terem tido um comportamento e um discurso bastante coerente o que, cada vez é menos frequente na classe política. Certamente que os portugueses vão compensá-lo por isso, pois estão cansados de mentiras e de discursos pouco claros, por vezes, mesmo contraditórios. Penso mesmo, que vai ter uma votação histórica, o que é positivo para a nossa democracia, mas também poderá contribuir para o tri do engenheiro Sócrates, o que não me parece benéfico para o País. A divisão de votos da direita, só irá beneficiar o PS e o seu candidato, que não sendo favorito à partida, poderá assim conquistar nova vitória.
Compreendo que o CDS e o PSD queiram apresentar-se sozinhos nas urnas, cada um com o seu programa, podendo assim testar a sua força junto do eleitorado, mas só uma coligação pré eleitoral, poderia tirar algumas ilusões ao actual primeiro-ministro, que continua a sonhar, que apesar de tudo, ainda poderá continuar a governar o País.

05 abril 2011

Mais uma conquista aos Mouros

Depois de há 71 anos, o Dragão ter conquistado Lisboa aos Mouros na célebre batalha das Amoreiras e após estes a voltarem a recuperar com a criação do reinado da “Luz”, eis que uma nova expedição, desta vez comandada pelo vice-rei Pinto da Costa, consegue reconquistar esta importante praça.
Não foi fácil esta reconquista, pois a esquadra chefiada por Jesus era sem dúvida a mais forte dispondo de artilheiros dos mais variados países. Terminada a batalha com o abandono dos Mouros, tudo se apagou, ao mesmo tempo que se regava o campo de batalha.
O reinado da “Luz” vivia assim o maior apagão de todos os tempos. Lisboa ficava de luto face à brilhante estratégia montada pelo jovem comandante Villas Boas.
Mais uma vez, o Dragão saía vitorioso no confronto com o seu principal rival de Lisboa, voltando a assumir a sua condição normal de campeão.

26 março 2011

Uma página do meu diário

Acabo de virar mais uma página do meu calendário. O mês de Março aproxima-se do fim, proporcionando-nos uns dias em que o sol se despede mais tarde e nos oferece temperaturas mais amenas.
Inicio mais um dia de trabalho nesta rotina que nos vai saturando, dada a repetição de tarefas a que nos obriga o nosso dia-a-dia.
Depois de uma noite dominada por um sono intermitente, graças às minhas crónicas insónias, preparo-me para mais uma etapa desta prova cujo percurso e meta desconhecemos. Por esse facto, não podemos gerir as nossas forças em função dos quilómetros que faltam, mas sim dar o nosso máximo como se a meta estivesse próxima. Para além disso, temos de estar preparados para um percurso, por vezes bastante sinuoso e para a condução extremamente desastrosa de alguns com quem somos obrigados a cruzar.
Após 7 horas de trabalho desgastante e monótono, dada a falta dele, interrompidas por 90 minutos destinados ao abastecimento e pequenos afazeres, dá-se o regresso a casa aliviado da atmosfera poluída provocada pelo ambiente profissional.
Surge então a necessidade de relaxar e atenuar os efeitos nefastos provocados pelo sedentarismo da profissão, recorrendo a uma caminhada, mais ou menos longa consoante a disponibilidade e as condições climatéricas.
Depois de tudo isto, já com o depósito quase na reserva, faço o meu último abastecimento para depois me distrair um pouco junto da televisão e do meu PC.
Está assim completa mais uma etapa desta corrida desenfreada, por vezes sem sentido, que nos obriga a uma condução sensata e extremamente cautelosa, para não sermos vítimas de maiores dissabores.

Eleições à vista

Começou na quarta-feira à noite a campanha eleitoral para as eleições antecipadas, sem que o Presidente da República tenha tomado qualquer decisão. Ninguém quer perder tempo nesta corrida que se espera rápida dado o seu curto percurso.
Assim, estiveram presentes na grelha de partida, as principais marcas, para os treinos iniciais.
Podemos observar Sócrates e Passos Coelho na pole position logo seguidos por Portas, Jerónimo e Louçã.
Apesar da desastrosa participação, na última corrida, Sócrates vai de novo participar esperançado em tirar partido da inexperiência do estreante Passos Coelho. Apesar de dispor de uma máquina menos potente, teremos de contar com a experiência do concorrente habitual, Paulo Portas, que poderá ser uma surpresa. Em relação aos outros dois candidatos presentes, não terão possibilidade de chegar ao pódio dado fazerem parte de equipas mais fracas. Poderão contudo, aproximar-se dos da frente caso aproveitem bem o tempo com curtas paragens nas boxes.
Fazem-se assim, as ultimas afinações para que as máquinas estejam preparadas na hora da partida, no sentido de cada um conquistar o maior número de pontos.
Vamos assim, aguardar por esta emocionante corrida na esperança de encontrar um vencedor que mereça tais pergaminhos.

24 março 2011

Da "filosofia" de Sócrates à "astúcia" do Coelho

Depois de várias negociações e acordos no sentido de evitar uma crise política que eventualmente poderia prejudicar o partido do governo e o principal partido da oposição, eis que tudo se alterou com a súbita apresentação do PEC 4, cozinhado e levado ao forno exclusivamente pelo nosso 1º ministro, sem que tenha ouvido quem lhe ajudou a temperar e adornar as anteriores ementas e sem dar cavaco ao Presidente da República.
Coelho, cansado dos temperos cada vez mais intensos usados por Sócrates, decidiu rejeitar a nova ementa, recusando-se voltar a cozinhar.
Abriu-se assim uma nova crise justificada pelo desentendimento entre os 2 principais partidos e a arrogância de um Primeiro-ministro que se esqueceu que já não governa em maioria.
Coelho estará convicto de que a maioria dos eleitores também estarão fartos dos pratos demasiado picantes que nos têm sido servidos pelo actual governo, daí ter achado oportuno tomar esta decisão.
Tudo leva a crer, que durante algum tempo, nos iremos ver privados da verdadeira cozinha portuguesa e teremos de recorrer a chefes internacionais. Não será fácil adaptarmo-nos aos seus cozinhados, pois também costumam usar condimentos bastante fortes.
Neste jogo político, em que nem sempre estão à frente os interesses nacionais, cada um procura justificar-se atribuindo as culpas ao seu adversário a fim de conseguirem obter o melhor resultado eleitoral.
Não pretendendo ignorar as outras candidaturas, que merecem o maior respeito, teremos de escolher entre um candidato inexperiente em termos governamentais e um candidato que não tem cumprido as suas promessas e nos conduziu ao abismo em que nos encontramos.
Nas urnas será feito o juízo final e os portugueses terão a governá-los aqueles em quem depositarem a sua confiança.

23 março 2011

A crise de que ninguém fala

Não há dia em que não ouçamos pronunciar esta palavra. Não é um fenómeno novo para os portugueses, já habituados a conviver com o apertar do cinto, com as guerrilhas partidárias, com eleições antecipadas, etc.
Desta vez, dada à má política do actual governo e à crise internacional, o país encontra-se numa situação extremamente crítica com um endividamento externo galopante, dado aos elevados e crescentes juros sobre a nossa dívida soberana.
A crise económica desponta numa crise política e consequentemente numa crise social. Porém, poucos falam na verdadeira crise que está na base das que acabei de enumerar; a crise de valores e competências.
A nossa classe política está praticamente falida e desacreditada. Os interesses partidários e pessoais são prioritários em relação aos problemas da nação. Os verdadeiros valores humanos deixaram de ser referência para a conduta da maioria dos cidadãos. O nosso complexo de superioridade é cada vez mais notório, continuando o país e os portugueses a viver acima das suas possibilidades. Os mais competentes e mais sensatos, demarcam-se da podridão e dos vícios das clientelas.
Perante este sombrio cenário, é impossível ser optimista e esperar melhoras de um doente à beira do estado de coma e que teima em recusar ajuda de especialistas internacionais. Não se vislumbra um remédio para tantos males, continuando os portugueses à espera de um milagre que nos permita pelo menos, um pouco de esperança e confiança no futuro.

18 março 2011

Dia do Pai

Apesar de passar um pouco despercebido, sendo muito mais realçado o Dia da Mãe, parece-me que devíamos dar um pouco mais de relevo a este dia, também dia de S. José.
Consagrado no passado como dia Santo, hoje é um dia normal no nosso calendário.
Se é verdade que o papel da mãe é mais importante, pois foi ela a nossa primeira morada e quem nos prestou os primeiros cuidados, não podemos desprezar o papel do Pai, sem o qual não teríamos direito à nossa existência.
Homem e mulher, unidos pelo casamento, são ambos responsáveis pela nossa formação e educação. Cada um com as suas características e aptidões.
Se à mãe competem normalmente, dada a sua natureza, os cuidados mais delicados e aquele carinho que só elas sabem dar, ao Pai competem outras funções, não menos importantes, tais como: protecção, ajuda em todas as tarefas relativas ao seu desenvolvimento e integração social, apoio económico, preparar para as dificuldades futuras, etc.
O Pai é o símbolo da firmeza, do respeito e da responsabilidade. Como chefe da família tem a obrigação de dar o exemplo nas mais diversas situações, incutindo nos filhos a importância dos verdadeiros valores humanos.
Infelizmente dada a crise que a família atravessa, nem sempre existe a relação Pai e Filho que seria desejável e que se deve à desunião e desentendimento dos seus progenitores. Todavia, ambos têm as suas obrigações não devendo em nenhum dos casos, fugir delas.
Felizmente posso orgulhar-me pelo meu saudoso Pai, que sempre soube assumir a responsabilidade da minha formação moral. Não tendo oportunidade de levar a obra até ao fim, dada a sua morte prematura, deixou contudo fortes alicerces, indispensáveis para me ajudarem a superar várias contrariedades na vida.
Para ele vai a minha póstuma homenagem e gratidão por tudo o que fez por mim.

08 março 2011

8 de Março, Dia Internacional da Mulher - coincidência ou brincadeira de Carnaval?

Apesar do ano de 2011 nos aparecer de horizontes bastante carregados no aspecto económico,  prevendo-se  dias de austeridade e algumas privações, oferece-nos alguns pormenores interessantes e bastante positivos, embora nada consentâneos com a crise que afecta as nossas carteiras.
Refiro-me à distribuição de alguns feriados que nos permitem usufruir de alguns  fins de semana prolongados e em alguns casos, umas verdadeiras mini-férias.
Por coincidência ou pura ironia, até as mulheres vão poder gozar o seu dia, sem estarem sujeitas aos horários e aos afazeres profissionais dos anos anteriores. Eis que o “santo Entrudo” também quis colaborar dando-lhes tolerância de ponto. Não pretendendo ser muito abrangente e  julgar a parte pelo todo, estou em crer que algumas vão necessitar de muita imaginação para conseguirem fantasiar-se e mascarar-se, pois no seu dia-a-dia já o fazem com bastante rigor e classe. Ou será que nesse dia vão tirar a sua habitual máscara e evidenciar a sua verdadeira elegância e beleza?
Pena é que o ser mais “ perfeito” e belo que Deus pôs à superfície da terra, nem sempre saiba explorar esses dotes e opte por viver o Carnaval ao longo de todo o ano. Para essas, veio mesmo a calhar esta colaboração do “santo Entrudo” ao associar-se ao Dia Internacional da Mulher.
O dia 8 de Março é, sem dúvida, uma data de grande significado para homenagearmos as verdadeiras mulheres que no seu dia-a-dia desempenham tão bem o seu papel de mães, de  esposas como ninguém poderia e saberia desempenhar.  Para além dessas tarefas tão nobres, irradiam um misto de beleza e simpatia, transmitindo um brilho e uma sensualidade que só o sexo feminino sabe oferecer.
Para estas que sabem manter os seus valores e a sua simplicidade e não fazem da sua vida um autêntico carnaval, vai o meu apreço e admiração.    

22 fevereiro 2011

Os cegos e o mercado de trabalho

Sendo a visão considerada o sentido dos sentidos, é normal a nossa sociedade dar à sua perda uma carga bastante negativa, sendo as pessoas cegas vistas como extremamente limitadas no seu dia-a-dia, em especial quando se fala de mercado de trabalho.
Não tem sido fácil alterar esta mentalidade, apesar dos frequentes exemplos evidenciados na comunicação social, que demonstram cada vez mais a quase total autonomia dos invisuais nos nossos dias. Graças às novas tecnologias, os cegos viram os seus horizontes profundamente alargados podendo executar funções que seriam impensáveis há poucos anos.
Apesar de alguns direitos sociais que estes usufruem, muito pouco tem sido feito no sentido de sensibilizar e premiar os nossos empresários na empregabilidade dos deficientes em geral e dos cegos em particular. São bem conhecidas as suas capacidades de concentração e memorização, o que lhes permite em muitos casos, serem mais produtivos do que os normovisuais.
Se é verdade a maioria dos invisuais estarem integrados em organismos públicos, nem sempre o Estado tem cumprido a legislação existente.
Ainda persiste bastante a ideia de que os invisuais apenas podem ser telefonistas, sendo-lhes muitas vezes negada a possibilidade de exercer outras tarefas.
Com a crise laboral que atravessamos e a tendência de extinção da categoria de telefonista, prevêem-se cada vez mais dificuldades de emprego para as pessoas com deficiência visual, pelo que é urgente criar mais incentivos e estágios nas mais diversas áreas, para que eles se sintam realizados e não sejam, mais uma vez, considerados cidadãos de segunda dependentes de pensões de miséria.

28 janeiro 2011

Presidênciais 2011

No auge de um inverno extremamente rigoroso, realizaram-se no passado dia 23 de Janeiro as eleições presidenciais.
Como já seria de esperar, a escolha da maioria dos portugueses recaiu no “Cavaco”. Sem dúvida, aquele que melhor nos pode ajudar a combater o frio intenso que se faz sentir. Com esta opção terá certamente ficado bastante triste o candidato que se intitulava de mais “Alegre”.
Com uma campanha diferente e muito “nobre”, apresentou-se o grande humanista, presidente da AMI, que provou o cansaço dos portugueses pela classe política que temos, conseguindo um resultado histórico para quem pela primeira vez se meteu nestas andanças.
A jogar pela fuga à despromoção, apresentaram-se mais 3 candidatos, um por uma equipa que já nos habituou à sua regularidade, conseguindo normalmente a mesma pontuação e a já esperada permanência entre os grandes.
Mais 2 candidatos desconhecidos da maioria dos portugueses, resolveram entrar também na corrida: um “Defensor” não se sabe bem de quê, ou talvez mais atacante do principal candidato; outro correndo de toca em toca, encenando alguns sketch relativos a vários aspectos críticos da política nacional.
Mais uma vez somos obrigados a dar os pêsames ao “vencedor”, que começa a habituar-nos a várias vitórias, em actos eleitorais: “a abstenção”.
Teremos de reflectir sobre estes resultados que demonstram a falta de credibilidade da classe política, face ao desgoverno e à consequente crise económica do nosso país.
Lamentamos que muitos eleitores tenham sido impedidos de exercer o seu direito de voto, dando ainda mais força ao “partido” vencedor.
Lamento também, que mais uma vez os invisuais não tenham podido votar com total autonomia e liberdade. Todos se deveriam recusar a fazê-lo enquanto não lhes forem dadas as mesmas garantias e direitos dos restantes cidadãos. Trata-se apenas de falta de sensibilidade e de vontade política, pois seria um processo simples e nada dispendioso comparativamente com os 3 milhões de euros pagos aos elementos das mesas de voto. Recordo que muitas vezes fiz parte de mesas de voto, não recebendo qualquer gratificação por esse facto e em períodos em que não vivíamos uma crise económica tão profunda.
Assim vai este país em que os nossos governantes continuam a poupar no farelo e a estragar na farinha.