26 março 2011

Uma página do meu diário

Acabo de virar mais uma página do meu calendário. O mês de Março aproxima-se do fim, proporcionando-nos uns dias em que o sol se despede mais tarde e nos oferece temperaturas mais amenas.
Inicio mais um dia de trabalho nesta rotina que nos vai saturando, dada a repetição de tarefas a que nos obriga o nosso dia-a-dia.
Depois de uma noite dominada por um sono intermitente, graças às minhas crónicas insónias, preparo-me para mais uma etapa desta prova cujo percurso e meta desconhecemos. Por esse facto, não podemos gerir as nossas forças em função dos quilómetros que faltam, mas sim dar o nosso máximo como se a meta estivesse próxima. Para além disso, temos de estar preparados para um percurso, por vezes bastante sinuoso e para a condução extremamente desastrosa de alguns com quem somos obrigados a cruzar.
Após 7 horas de trabalho desgastante e monótono, dada a falta dele, interrompidas por 90 minutos destinados ao abastecimento e pequenos afazeres, dá-se o regresso a casa aliviado da atmosfera poluída provocada pelo ambiente profissional.
Surge então a necessidade de relaxar e atenuar os efeitos nefastos provocados pelo sedentarismo da profissão, recorrendo a uma caminhada, mais ou menos longa consoante a disponibilidade e as condições climatéricas.
Depois de tudo isto, já com o depósito quase na reserva, faço o meu último abastecimento para depois me distrair um pouco junto da televisão e do meu PC.
Está assim completa mais uma etapa desta corrida desenfreada, por vezes sem sentido, que nos obriga a uma condução sensata e extremamente cautelosa, para não sermos vítimas de maiores dissabores.

Eleições à vista

Começou na quarta-feira à noite a campanha eleitoral para as eleições antecipadas, sem que o Presidente da República tenha tomado qualquer decisão. Ninguém quer perder tempo nesta corrida que se espera rápida dado o seu curto percurso.
Assim, estiveram presentes na grelha de partida, as principais marcas, para os treinos iniciais.
Podemos observar Sócrates e Passos Coelho na pole position logo seguidos por Portas, Jerónimo e Louçã.
Apesar da desastrosa participação, na última corrida, Sócrates vai de novo participar esperançado em tirar partido da inexperiência do estreante Passos Coelho. Apesar de dispor de uma máquina menos potente, teremos de contar com a experiência do concorrente habitual, Paulo Portas, que poderá ser uma surpresa. Em relação aos outros dois candidatos presentes, não terão possibilidade de chegar ao pódio dado fazerem parte de equipas mais fracas. Poderão contudo, aproximar-se dos da frente caso aproveitem bem o tempo com curtas paragens nas boxes.
Fazem-se assim, as ultimas afinações para que as máquinas estejam preparadas na hora da partida, no sentido de cada um conquistar o maior número de pontos.
Vamos assim, aguardar por esta emocionante corrida na esperança de encontrar um vencedor que mereça tais pergaminhos.

24 março 2011

Da "filosofia" de Sócrates à "astúcia" do Coelho

Depois de várias negociações e acordos no sentido de evitar uma crise política que eventualmente poderia prejudicar o partido do governo e o principal partido da oposição, eis que tudo se alterou com a súbita apresentação do PEC 4, cozinhado e levado ao forno exclusivamente pelo nosso 1º ministro, sem que tenha ouvido quem lhe ajudou a temperar e adornar as anteriores ementas e sem dar cavaco ao Presidente da República.
Coelho, cansado dos temperos cada vez mais intensos usados por Sócrates, decidiu rejeitar a nova ementa, recusando-se voltar a cozinhar.
Abriu-se assim uma nova crise justificada pelo desentendimento entre os 2 principais partidos e a arrogância de um Primeiro-ministro que se esqueceu que já não governa em maioria.
Coelho estará convicto de que a maioria dos eleitores também estarão fartos dos pratos demasiado picantes que nos têm sido servidos pelo actual governo, daí ter achado oportuno tomar esta decisão.
Tudo leva a crer, que durante algum tempo, nos iremos ver privados da verdadeira cozinha portuguesa e teremos de recorrer a chefes internacionais. Não será fácil adaptarmo-nos aos seus cozinhados, pois também costumam usar condimentos bastante fortes.
Neste jogo político, em que nem sempre estão à frente os interesses nacionais, cada um procura justificar-se atribuindo as culpas ao seu adversário a fim de conseguirem obter o melhor resultado eleitoral.
Não pretendendo ignorar as outras candidaturas, que merecem o maior respeito, teremos de escolher entre um candidato inexperiente em termos governamentais e um candidato que não tem cumprido as suas promessas e nos conduziu ao abismo em que nos encontramos.
Nas urnas será feito o juízo final e os portugueses terão a governá-los aqueles em quem depositarem a sua confiança.

23 março 2011

A crise de que ninguém fala

Não há dia em que não ouçamos pronunciar esta palavra. Não é um fenómeno novo para os portugueses, já habituados a conviver com o apertar do cinto, com as guerrilhas partidárias, com eleições antecipadas, etc.
Desta vez, dada à má política do actual governo e à crise internacional, o país encontra-se numa situação extremamente crítica com um endividamento externo galopante, dado aos elevados e crescentes juros sobre a nossa dívida soberana.
A crise económica desponta numa crise política e consequentemente numa crise social. Porém, poucos falam na verdadeira crise que está na base das que acabei de enumerar; a crise de valores e competências.
A nossa classe política está praticamente falida e desacreditada. Os interesses partidários e pessoais são prioritários em relação aos problemas da nação. Os verdadeiros valores humanos deixaram de ser referência para a conduta da maioria dos cidadãos. O nosso complexo de superioridade é cada vez mais notório, continuando o país e os portugueses a viver acima das suas possibilidades. Os mais competentes e mais sensatos, demarcam-se da podridão e dos vícios das clientelas.
Perante este sombrio cenário, é impossível ser optimista e esperar melhoras de um doente à beira do estado de coma e que teima em recusar ajuda de especialistas internacionais. Não se vislumbra um remédio para tantos males, continuando os portugueses à espera de um milagre que nos permita pelo menos, um pouco de esperança e confiança no futuro.

18 março 2011

Dia do Pai

Apesar de passar um pouco despercebido, sendo muito mais realçado o Dia da Mãe, parece-me que devíamos dar um pouco mais de relevo a este dia, também dia de S. José.
Consagrado no passado como dia Santo, hoje é um dia normal no nosso calendário.
Se é verdade que o papel da mãe é mais importante, pois foi ela a nossa primeira morada e quem nos prestou os primeiros cuidados, não podemos desprezar o papel do Pai, sem o qual não teríamos direito à nossa existência.
Homem e mulher, unidos pelo casamento, são ambos responsáveis pela nossa formação e educação. Cada um com as suas características e aptidões.
Se à mãe competem normalmente, dada a sua natureza, os cuidados mais delicados e aquele carinho que só elas sabem dar, ao Pai competem outras funções, não menos importantes, tais como: protecção, ajuda em todas as tarefas relativas ao seu desenvolvimento e integração social, apoio económico, preparar para as dificuldades futuras, etc.
O Pai é o símbolo da firmeza, do respeito e da responsabilidade. Como chefe da família tem a obrigação de dar o exemplo nas mais diversas situações, incutindo nos filhos a importância dos verdadeiros valores humanos.
Infelizmente dada a crise que a família atravessa, nem sempre existe a relação Pai e Filho que seria desejável e que se deve à desunião e desentendimento dos seus progenitores. Todavia, ambos têm as suas obrigações não devendo em nenhum dos casos, fugir delas.
Felizmente posso orgulhar-me pelo meu saudoso Pai, que sempre soube assumir a responsabilidade da minha formação moral. Não tendo oportunidade de levar a obra até ao fim, dada a sua morte prematura, deixou contudo fortes alicerces, indispensáveis para me ajudarem a superar várias contrariedades na vida.
Para ele vai a minha póstuma homenagem e gratidão por tudo o que fez por mim.

08 março 2011

8 de Março, Dia Internacional da Mulher - coincidência ou brincadeira de Carnaval?

Apesar do ano de 2011 nos aparecer de horizontes bastante carregados no aspecto económico,  prevendo-se  dias de austeridade e algumas privações, oferece-nos alguns pormenores interessantes e bastante positivos, embora nada consentâneos com a crise que afecta as nossas carteiras.
Refiro-me à distribuição de alguns feriados que nos permitem usufruir de alguns  fins de semana prolongados e em alguns casos, umas verdadeiras mini-férias.
Por coincidência ou pura ironia, até as mulheres vão poder gozar o seu dia, sem estarem sujeitas aos horários e aos afazeres profissionais dos anos anteriores. Eis que o “santo Entrudo” também quis colaborar dando-lhes tolerância de ponto. Não pretendendo ser muito abrangente e  julgar a parte pelo todo, estou em crer que algumas vão necessitar de muita imaginação para conseguirem fantasiar-se e mascarar-se, pois no seu dia-a-dia já o fazem com bastante rigor e classe. Ou será que nesse dia vão tirar a sua habitual máscara e evidenciar a sua verdadeira elegância e beleza?
Pena é que o ser mais “ perfeito” e belo que Deus pôs à superfície da terra, nem sempre saiba explorar esses dotes e opte por viver o Carnaval ao longo de todo o ano. Para essas, veio mesmo a calhar esta colaboração do “santo Entrudo” ao associar-se ao Dia Internacional da Mulher.
O dia 8 de Março é, sem dúvida, uma data de grande significado para homenagearmos as verdadeiras mulheres que no seu dia-a-dia desempenham tão bem o seu papel de mães, de  esposas como ninguém poderia e saberia desempenhar.  Para além dessas tarefas tão nobres, irradiam um misto de beleza e simpatia, transmitindo um brilho e uma sensualidade que só o sexo feminino sabe oferecer.
Para estas que sabem manter os seus valores e a sua simplicidade e não fazem da sua vida um autêntico carnaval, vai o meu apreço e admiração.