30 agosto 2011

Bem-aventurados os ricos solidários porque deles é o reino dos Céus

Sendo cada vez maior o fosso entre pobres e ricos e mais elevado o número de grandes fortunas e de pessoas abaixo do limiar de pobreza, impõem-se cada vez mais políticas no sentido de criar uma maior justiça social. A classe média tende a desaparecer dado ser a mais atingida com os efeitos da crise económica. Difícil controlar e contabilizar os rendimentos do trabalho de algumas profissões liberais, de alguns trabalhadores independentes e de alguns empresários, a carga fiscal recai sobretudo sobre os que trabalham por conta de outrem, impossibilitados de fugir aos impostos. São assim os mais desfavorecidos e mais sacrificados que têm de pagar a crise.
Quero aqui realçar com admiração e entusiasmo a posição dos detentores das maiores fortunas de França e dos Estados Unidos que tiveram a iniciativa de sugerir a criação de um imposto extra sobre as maiores riquezas. É lamentável que os países com maiores dificuldades económicas ainda não tenham tido a coragem de o fazer e optem por penalizar os mais pobres. Seriam certamente bem aceites pela maioria dos portugueses, essas medidas. Porque não é criada uma taxa extra do IVA para produtos de luxo e alta gama, em vez de aumentar a taxa de produtos essenciais? Porque não se pedem mais sacrifícios aos que mais podem? Estarão os nossos políticos a defender os seus bens e os seus rendimentos? Ou estarão comprometidos com o grande capital? Espero que o nosso governo se apresse a imitar o governo francês e aplique um imposto aos grandes magnatas de Portugal.
Chocaram-me as palavras do homem mais rico do nosso país, quando abordado sobre este assunto. “Não me considero rico, mas apenas um trabalhador”. Ele lá sabe, pois o dinheiro não é tudo, nem sequer o mais importante da vida.

25 agosto 2011

Arbitragem ao rubro

Começou agitada a nova época futebolística no que diz respeito à sempre polémica arbitragem. A falta de resultados positivos por parte de quem investiu o que não tinha e a urgência de conquistar vitórias mostrando à massa associativa a disposição de discutir o título, levou a declarações que não foram bem recebidas pelo árbitro João Ferreira e consequentemente pela classe a que pertence.
Este facto, deu origem à ausência da equipa de arbitragem no jogo Beira Mar-Sporting, acabando o mesmo, por ser dirigido por um árbitro dos escalões secundários.
Quando se pretende estabilidade no nosso futebol, rico em acontecimentos sui generis, parece-me exagerada a posição de João Ferreira e seus parceiros. As afirmações dos elementos de Alvalade, não foram violentas, longe disso, que justificassem uma posição tão radical, logo à 2ª jornada.
Penso que a comissão de arbitragem também não esteve bem, ao aceitar de uma forma impune, a recusa dos juízes de campo em comparecerem ao jogo. O que aconteceria se alguns jogadores se recusassem em jogar ou ao treinador em ir treinar? Ou se qualquer trabalhador se recusasse a ir trabalhar sem apresentar atestado médico? Os árbitros apesar de semi-profissionais, não deviam poder recusar-se a arbitrar, só porque não gostaram de declarações de algum agente desportivo. Já não teríamos governo há muito tempo se os nossos governantes procedessem dessa forma. Vivemos em democracia, por isso temos o direito de manifestar a nossa opinião, desde que o façamos com respeito e educação.
Esta é a minha opinião pessoal e estou à vontade para a manifestar, na medida em que não sou adepto do clube em causa.