27 abril 2013

A política vista do 3º anel!


Com características e objetivos bem diferenciados, a política e o futebol têm muitas semelhanças e aspetos comuns. Penso mesmo, que em determinadas circunstâncias, chegam a inverter os papéis. É frequente vermos o futebol politizado e a atividade política ser encarada como um desporto. Na política, o jogo disputa-se no hemiciclo no confronto direto entre governo e oposição, não faltando os sistemas táticos, as escaramuças, ora mais ofensivos ou mais defensivos, consoante o decorrer dos debates.
Tal como acontece no futebol português, também na política partidária, apenas 2 partidos lutam pelo 1º lugar, num campeonato pouco competitivo, onde a maioria joga para a permanência, ou para um lugar na Europa. Também não faltam as claques, por vezes mais numerosas e bem organizadas, onde se ouvem apupos, aplausos e até cânticos.
A equipa de arbitragem é mais um elemento comum, muitas vezes influente nos resultados, nem sempre imparcial nas suas decisões.
Recentemente a equipa governamental foi apanhada num fora de jogo duvidoso, que obrigou o árbitro a consultar os seus auxiliares, tendo estes confirmado a existência de irregularidade no lance. A jogar com menos um jogador e admoestada com alguns amarelos, a equipa da casa ficou mais fragilizada tendo mais dificuldade em virar o resultado, também muito graças ao anti jogo praticado pelo adversário.
Permanecendo o empate, seremos obrigados a ir para prolongamento e eventualmente decidir o jogo através de grandes penalidades. E a verificar-se esta possibilidade, será inevitável um maior desgaste físico que nos irá prejudicar nas competições europeias.
Enquanto a equipa da casa está mais vocacionada nos milhões que a Europa lhe poderá proporcionar, a oposição está mais interessada no prolongamento e nos penaltis, pois sabe que pode tirar partido do desgaste do adversário, e assim conseguir o 1º lugar tão desejado.
É frequente no futebol, alguns colocarem os interesses dos clubes acima dos da seleção, acontecendo o mesmo na política. Por tais razões, é sempre com extrema dificuldade que conseguimos o nosso apuramento e os nossos objetivos, obrigados a recorrer sempre à calculadora e esperar por uma ajuda dos adversários. Também aqui, a política não se afasta do desporto rei, com o nosso país em risco de não conseguir os pontos necessários para a nossa permanência na Europa.
Não serão estas crises motivadas por uma crise de dirigentes e de falta de uma política de afirmação do nosso país e de um maior aproveitamento e rentabilidade dos nossos recursos?
Com um passado épico voltado para os oceanos, os nossos políticos manifestam grandes dificuldades de afirmação na europa. Somos apenas uma simples varanda para o saudoso atlântico, de costas voltadas para o velho continente.