17 junho 2013

Os novos treinadores de bancada

Já, mais que uma vez, escrevi abordando algumas semelhanças entre o desporto rei e a política. Hoje vou debruçar-me essencialmente sobre os treinadores de bancada há muito existentes no nosso futebol, mas que agora começam a proliferar nos meandros da política, muitos deles com lugar cativo na nossa comunicação social.
Todos temos as nossas opiniões e todo o direito de as expressarmos, dado vivermos num Estado democrático. Sempre existiram jornalistas especializados em fazer a sua análise, nos mais variados domínios, sendo essa a sua função quer na imprensa, quer nos órgãos áudio visuais.
Talvez devido à guerra de audiências, mais notória nos canais televisivos, estes, têm procedido à contratações de nomes sonantes da vida partidária, que nem sempre me têm parecido boas apostas. A justificar esta minha opinião, fala o seu passado, com conhecidos fracassos nos partidos por onde passaram, ou ainda militam.
O caso mais flagrante foi sem dúvida a aquisição, pelo canal público, do principal timoneiro da última equipa governamental que nos conduziu a um lugar de despromoção, só evitada graças à assinatura do memorando com a troika.
Assim, assistimos normalmente a análises nada isentas e sistematicamente de crítica a quem conseguiu alcançar, com mérito ou não, o lugar de destaque que a maioria dos novos comentadores gostaria de ter atingido. É significativo, a maioria deles vestirem a mesma camisola do atual chefe do governo e outro ser candidato vencido no último ato eleitoral.
É lamentável que tantos treinadores de bancada, que pouco ou nada fizeram no passado, venham agora opinar sobre a governação do nosso país, como fossem catedráticos nesse domínio.

Muito mal vai a nossa classe política e a prová-lo, está a crise profunda em que estamos mergulhados, sendo a maioria deles os grandes responsáveis por tal situação.