19 julho 2013

A ingenuidade de um Presidente

Depois de conhecidas as dificuldades de entendimento entre os dois partidos que formaram o governo, o que originou uma profunda crise política, Cavaco Silva surpreendeu tudo e todos ao pedir um entendimento a três. Todos conhecemos a posição do partido socialista, autor de uma moção de censura ao atual governo e apoiante de todas as outras apresentadas pelos restantes partidos da oposição e reivindicador de eleições antecipadas.
Conseguido o entendimento entre Portas e Coelho, não me parece ter sido boa opção, deixar o país suspenso por um período indeterminado e com as consequências inevitáveis, de um improvável acordo, que mesmo que venha a ser conseguido não terá qualquer consistência dado um dos aliados, ser o maior inimigo do governo em funções.
Não terá sido com grande convicção que o presidente da república apresentou esta solução, pois já a está a dar como fracassada, ao anunciar eleições antecipadas para 2014.
Cavaco preferiu castigar os partidos da direita e entalar o PS, dando pontos aos partidos da esquerda os únicos beneficiados com a situação atual.
Portas, não querendo seguir os “passos” de Coelho, apresentou demissão irrevogável que viria a retirar em troca de mais protagonismo. Coelho terá aceite para segurar a coligação e evitar o agravamento da situação política. Cavaco não terá visto com bons olhos este novo cenário, obrigando os líderes dos partidos da coligação a desfazerem o acordo alcançado e a pôr à prova o nacionalismo do partido socialista.
Seguro é cada vez mais pressionado pelos históricos do PS para não assinar qualquer acordo, estando mais inseguro na posição a tomar, pois essa opção poderá ser vista por algum eleitorado como defensora dos interesses partidários em desfavor dos reais interesses da Nação.

A situação económica do país é demasiado grave para a nossa classe política se dar ao luxo de colocar em primeiro lugar os interesses pessoais e partidários ou de fazer possíveis ajustes de contas com o passado.

09 julho 2013

Vergonha de ser português...!

Depois de uma revolução
Que nos deu a liberdade,
Acabou-se a repressão,
Chegou a austeridade.

Aumentou o desemprego,
Também a dívida externa,
Começou o desespero
Pela crise ser eterna!...

Apesar dos sacrifícios,
Que há muito são pedidos,
Não se vêm benefícios,
Temos dias mais sofridos.

Temos tido governantes
Que desprezam a Nação,
E em períodos importantes
Apresentam demissão.

Deixam de ser responsáveis
Por interesses pessoais,
Demissões irrevogáveis,
Que deixam de ser reais.

Querem mais protagonismo,
Lutam só pelo poder,
Mesmo à beira do abismo,
Fazem o país sofrer.

Quando for para votar
Que ninguém se abstenha,
Pois temos de castigar
Quem abusa desta manha.

Quem está na oposição
Que seja mais comedido,
Esperem pela eleição,
Pra promover o partido.

Deixem lutas partidárias,
E guerrilhas pessoais
Pois são coisas secundárias,

O país vale bem mais.