19 dezembro 2013

Mensagem de Natal

Vivemos mais uma quadra natalícia, sem dúvida, de grande significado para todos os cristãos.
Há mais de 2000 anos, Cristo nascia numa simples manjedoura para nos trazer a mensagem divina e vir a ser crucificado, dando a sua vida pela humanidade. Através deste gesto, deu-nos um exemplo de humildade, simplicidade e amor, quando o podia fazer em condições bastante favoráveis e exuberantes. Durante os 3 anos da sua vida pública ocupou-se exclusivamente a transmitir amor a quantos o rodeavam nas mais diversas formas, consoante as situações e os intervenientes com quem se cruzava. Foi assim nas bodas de Caná, no encontro com Zaqueu, com a samaritana, com Maria Madalena e na hora da agonia com o bom ladrão, entre outros. Manifestou o seu perdão perante os que ofendiam ou simplesmente o negavam, como aconteceu com Pedro, a quem confiou a chefia da sua Igreja.
 Porém, ao longo dos séculos, os homens têm vindo a criar normas e regras de acordo com as suas conveniências e interesses, adulterando e complicando a verdadeira mensagem de Cristo. Criaram-se mandamentos, sacramentos, pecados mortais, o céu e o inferno, condenou-se a atividade sexual com exceção apenas na procriação, enfim, quando Cristo apenas nos deixou o mandamento do Amor.
 “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei“.
Tudo seria bem diferente, se no nosso dia a dia tivéssemos presente o exemplo de Amor que Ele nos deixou, junto do nosso semelhante, na família, no trabalho, com o nosso vizinho e essencialmente com os mais desfavorecidos.
Infelizmente, o Natal já pouco mais representa do que uma promoção ao consumo e ao material, onde se vem perdendo o espírito de família, restando isoladas manifestações de solidariedade.
Façamos deste Natal, em que tantos lutam pela sobrevivência, uma festa mais solidária, ajudando aqueles que conhecemos e que não têm condições para ter uma noite de consoada condigna.
Termino com uma quadra, já com algumas décadas,, mas que reflete a verdadeira mensagem de Cristo.
 

“Ama se queres ser feliz,
Ama e tudo mudará,
Ama e assim encontrarás,

A alegria e a paz”.

10 dezembro 2013

O Natal da minha infância

Quando chegava o Natal,
Era eu bem pequenino,
Uma prenda especial,
Surgia no sapatinho.

Antes de amanhecer,
Lá ia pé ante pé,
Ver o que ia receber,
Bem juntinho à chaminé.

Pai Natal tinha chegado,
Após levantada a mesa,
Depois de me ter deitado,
Para chegar de surpresa.

 Bacalhau impunha a lei,
As filhós e as rabanadas,
Não faltando o bolo-rei,
Com suas frutas e favas.

A ceia mais imponente,
Que havia durante o ano,
Com a família presente,
Num convívio abençoado.

Com as coisas bem mudadas,
Tudo está muito diferente,
São famílias destroçadas,
Onde alguém está ausente.

Já em vias de reforma,
Pai Natal, já mal se vê,
Tudo é feito de outra forma,
Quase ninguém, já nele crê.

Era a festa da família,
Onde existia união,
Mas num mundo de quezília,
Perde-se a tradição.

Poucos ligam ao Divino,
Apenas ao material,
Se não fosse o Deus menino,

Não haveria Natal.