23 fevereiro 2014

Os preciosismos ridículos do futebol português

Se o futebol não tivesse mais nenhuma virtude, bastaria a sua pontualidade para o colocar no topo de todos os espetáculos levados ao público. Antes das transmissões televisivas, todos os jogos da jornada se realizavam ao domingo à tarde, imperiosamente à mesma hora. Hoje a realidade é bem diferente, com jogos com os mais variados horários e por vários dias da semana. Contudo, à hora marcada, lá estão os protagonistas para dar início ao desafio.
Vem a propósito a recente polémica na taça da liga, em virtude de um dos jogos ter começado com cerca de 3 minutos de atraso. Nada teria acontecido caso uma das equipas em questão, não tivesse virado o resultado a seu favor nos últimos minutos com uma grande penalidade, que segundo a crítica, nem sequer foi polémica. Se a pontualidade é uma virtude, estes preciosismos são simplesmente ridículos. É verdade que os desafios podem e devem começar à mesma hora, já não é possível fazer com que terminem simultaneamente, pois um deles poderá ter necessidade de um maior período de descontos e alguma das equipas poder alterar o resultado nesses minutos além dos noventa.
Hoje, com todas as tecnologias ao nosso alcance, seria possível o árbitro do outro jogo, retardar um pouco o seu início e até os jogadores do Sporting fazerem algum antijogo de forma ao encontro com o Penafiel terminar ligeiramente mais tarde. Porém, ninguém pôs em causa o ligeiro atraso no início do Porto Marítimo, nem o Sporting provocou paragens no jogo que obrigassem o árbitro a prolongar um pouco mais o desafio.
Deste modo são totalmente descabidos os protestos da equipa de Alvalade e mais ainda a decisão da liga ao anular a vitória dos dragões e o seu afastamento das meias finais da respetiva competição.
Na época passada, os portistas conquistaram o título com um golo 2 minutos após os noventa regulamentares que ninguém contestou pois os jogos só terminam após o apito final.
Felizmente, o conselho de justiça da federação, teve bom senso ao retificar a decisão, no mínimo absurda do órgão da liga evitando vitórias na secretaria e o arrastar de casos injustificáveis no nosso futebol.