27 maio 2014

Seguro cada vez mais inseguro!

António José Seguro, eleito secretário-geral do partido socialista, nunca foi um líder consensual no eleitorado do maior partido da oposição, apesar de não ter tido adversários no último congresso.
Não sendo fácil a sua missão, dado ter sido o seu antecessor quem recorreu à ajuda externa no sentido de evitar a bancarrota, assinando assim o memorando imposto pela Troika, teria de se afirmar como alternativa ao atual Governo, exímio executante do mesmo memorando. Deste modo, não era grande a margem de manobra para criticar de uma forma construtiva a política de austeridade imposta pelo governo da coligação PSD-CDS.
Nunca conseguiu afirmar-se como verdadeira alternativa ao executivo em funções, sendo a mais recente prova disso, a escassa vantagem conseguida pelo seu partido nas recentes eleições para o Parlamento Europeu. Porém, após conhecidos os resultados, Seguro congratulou-se com a “expressiva” vitória pedindo ao Presidente da República que tirasse as devidas ilações dos resultados eleitorais.
      Não foram necessárias muitas horas para que alguns quadrantes do PS tirassem essas mesmas ilações discordando do seu líder e reconhecessem que se tratava de uma vitória demasiado magra, havendo necessidade de repensar a política a seguir pelo partido, no sentido de recuperarem eleitorado para as próximas legislativas.
Deste modo, Seguro que pretenderia a queda do atual executivo e de eleições antecipadas, irá provavelmente ser o alvo a abater face à pronta disponibilidade de António Costa para assumir a liderança do maior partido da oposição.

O atual Presidente da Câmara de Lisboa há muito esperava por um fracasso do seu líder, para se posicionar como futuro primeiro ministro de Portugal.

26 maio 2014

Abstenção, a grande vencedora!

Realizou-se no passado dia 25 de Maio, mais um ato eleitoral, desta vez para o Parlamento Europeu.
Não estando os portugueses bem esclarecidos sobre a importância desta eleição, muito por culpa dos nossos políticos que aproveitam o período da campanha para debater questões de âmbito nacional, não era mesmo assim espectável uma abstenção tão elevada como a que se veio a verificar. Com legislativas no horizonte e num ambiente de grande contestação à política governamental, os partidos da oposição tudo fizeram no sentido de fazerem destas eleições uma oportunidade para os eleitores apresentarem uma moção de censura ao atual Governo. Porém, tal não veio a acontecer, tendo sido mostrado um cartão amarelo à grande maioria das forças políticas, nomeadamente ao principal partido da oposição, mesmo conquistando o maior número de votos depositados nas urnas. Os dois terços de cidadãos que optaram por não votar, demonstraram um verdadeiro descrédito na classe política, quer nos que nos governam, quer nos que nos pretendem governar. Mesmo assim, estes continuam a insistir em eleições antecipadas, como fosse essa a solução para a crise que vivemos. Com resultados idênticos aos verificados, qual seria o futuro do País? Como iria governar o partido socialista com uma escassa minoria? Com quem se iriam aliar, Com o PCP com quem têm profundas diferenças ideológicas, ou com partidos do Governo que tanto contestam?

Depois de todas as análises partidárias pós eleições, penso que os resultados no seu conjunto dão para refletir, em especial os valores totalmente absurdos da abstenção. Os partidos que podem chegar ao poder em 2015 terão um grande trabalho a desempenhar, procurando convencer dois terços dos eleitores de que têm soluções credíveis para melhorarem a vida dos portugueses

17 maio 2014

Eleiçoes Europeias

Vai realizar-se no próximo dia 25 do corrente mês, mais um ato eleitoral para o Parlamento Europeu.
Antecedidas das legislativas a realizar em 2015, e efetuadas num ambiente de grande contestação ao atual executivo, as próximas eleições irão funcionar essencialmente como teste às várias forças políticas, num verdadeiro referendo ao Governo em funções.
Alheios e desconhecedores da importância da política europeia, e desiludidos com os nossos políticos, os portugueses irão certamente dar uma maioria absoluta à abstenção, com um natural reforço da oposição.
Assim, a eleição dos nossos euro-deputados, será profundamente condicionada pelas medidas de austeridade impostas nos últimos anos, o que irá inevitavelmente penalizar a coligação de direita.
Em plena campanha eleitoral, verificamos a preocupação de denegrir ainda mais a já fusca imagem do executivo, desvalorizando alguns indicadores económicos positivos reconhecidos por algumas instâncias internacionais, tentando que o eleitorado mostre mais um cartão amarelo ao Governo.

Serão assim, desvirtualizadas as Europeias na medida em que não existe a preocupação de esclarecer os portugueses em relação à Europa, mas sim de tentar mais uma vez a queda da coligação governamental. 

15 maio 2014

Amor

Amor é um misto de prazer e dor,
É um contraste de encanto e desencanto,
É uma satisfação por vezes sem fulgor,
Que nos envolve em alegria ou grande pranto.

É uma meta difícil de atingir,
Com um destino vago e muito incerto,
Que nos poderá conduzir,
Ao paraíso e ao deserto.

Pode morrer ao nascer,
Por falta de condições,
E vir a fazer sofrer,
Um, ou mesmo os dois corações.

É difícil rejeitá-lo
Quando atinge o coração,
Porque ninguém quer magoá-lo,

Não vá um dia dizer-nos, não. 

09 maio 2014

Jovens de hoje, os homens de amanhã

Sendo a educação um dos principais pilares de uma sociedade, compete aos pais o início de uma formação que prepare a criança e/ou o jovem, essencialmente para as dificuldades que a vida nos oferece. Este projeto, não poderá ser apenas da responsabilidade dos seus progenitores, mas também da escola e de toda a comunidade em que os mesmos estão inseridos.
Se é verdade que vivemos uma profunda crise de valores com grandes transformações na família tradicional e numa sociedade mais materialista e individualista, onde o homem é aliciado pelo dinheiro e pelo poder, não podemos baixar os braços e deixar os nossos jovens resvalar pelos perigos de uma civilização que nos oferece as duas faces.
Atrás do progresso científico e tecnológico, que nos permitem viver numa aldeia global, onde temos tudo ao alcance de um simples clique, somos também arrastados pela enxurrada de perigos que a mesma globalização nos transmite.
Por isso, não nos devemos poupar a esforços, no sentido de os alertar para uma maior responsabilidade dos seus deveres e preveni-los das dificuldades que vão encontrar na idade adulta. Deles depende o futuro da Nação e das próximas gerações.
A melhor educação, é o exemplo e não as palavras, muitas vezes em total contradição com as atitudes.
Todos temos responsabilidades na educação dos nossos jovens, embora pertença aos pais a principal missão, na medida em que foram quem lhes deu o dom da vida e quem os acompanhou de perto nos primeiros anos da sua existência.
É sem dúvida preocupante a falta de emprego para aqueles que pretendem iniciar a sua vida profissional após vários anos de formação nas nossas universidades e mais ainda quando têm de abandonar o nosso país para conseguirem sobreviver e realizarem-se nas atividades que escolheram. Deste modo o país fica mais pobre e mais envelhecido, na medida em que está a exportar gratuitamente recursos humanos em que investiu e que lhe vão fazer falta no amanhã.

Será por isso necessário que os nossos governantes olhem para eles como uma mais valia, criando condições para que não necessitem de abandonar as suas terras e possam contribuir com a sua imaginação e energia, para um Portugal mais moderno e mais inclusivo.     

01 maio 2014

Quem não tem mãe, não tem nada!

Construí o meu castelo
Escavado numa rocha,
Que também serviu de tocha,
E que fez dele o mais belo.

Sempre bem iluminado
Por uma luz muito intensa,
Numa felicidade imensa,
Por muitos apreciado.

Resultado da erosão,
Essa rocha foi cedendo,
Vindo assim estremecendo,
A minha grande mansão.

Sua luz foi fraquejando,
Até mesmo se apagar,
E o castelo arruinar,
Tudo se transformando.

Procurei reconstruir
A mais bela fortaleza,
Mas com a firme certeza,
Que não ia conseguir

Faltava o mais importante,
Aquela pedra angular,
Que iria suportar,
Uma vida extenuante.

Faltava o amor de mãe,
Mais fiel e verdadeiro,
Que existe no mundo inteiro,
Para aquele que ainda a tem.

Fiquei assim amputado,
Da maior felicidade,
que me envolveu em saudade,
 Ficando mais desprezado.

Entre os amores o mais nobre,
E também o mais sagrado,
Pronto a ser imolado,
Pelo mais rico ou mais pobre.

Jamais terei a riqueza,
De ter uma mãe presente,
Que afaste da minha mente,
Esta enorme tristeza.

Se às vezes te fiz sofrer,
Quero pedir-te perdão,
Vives no meu coração,

Até um dia morrer.