No auge de um inverno extremamente rigoroso, realizaram-se no passado dia 23 de Janeiro as eleições presidenciais.
Como já seria de esperar, a escolha da maioria dos portugueses recaiu no “Cavaco”. Sem dúvida, aquele que melhor nos pode ajudar a combater o frio intenso que se faz sentir. Com esta opção terá certamente ficado bastante triste o candidato que se intitulava de mais “Alegre”.
Com uma campanha diferente e muito “nobre”, apresentou-se o grande humanista, presidente da AMI, que provou o cansaço dos portugueses pela classe política que temos, conseguindo um resultado histórico para quem pela primeira vez se meteu nestas andanças.
A jogar pela fuga à despromoção, apresentaram-se mais 3 candidatos, um por uma equipa que já nos habituou à sua regularidade, conseguindo normalmente a mesma pontuação e a já esperada permanência entre os grandes.
Mais 2 candidatos desconhecidos da maioria dos portugueses, resolveram entrar também na corrida: um “Defensor” não se sabe bem de quê, ou talvez mais atacante do principal candidato; outro correndo de toca em toca, encenando alguns sketch relativos a vários aspectos críticos da política nacional.
Mais uma vez somos obrigados a dar os pêsames ao “vencedor”, que começa a habituar-nos a várias vitórias, em actos eleitorais: “a abstenção”.
Teremos de reflectir sobre estes resultados que demonstram a falta de credibilidade da classe política, face ao desgoverno e à consequente crise económica do nosso país.
Lamentamos que muitos eleitores tenham sido impedidos de exercer o seu direito de voto, dando ainda mais força ao “partido” vencedor.
Lamento também, que mais uma vez os invisuais não tenham podido votar com total autonomia e liberdade. Todos se deveriam recusar a fazê-lo enquanto não lhes forem dadas as mesmas garantias e direitos dos restantes cidadãos. Trata-se apenas de falta de sensibilidade e de vontade política, pois seria um processo simples e nada dispendioso comparativamente com os 3 milhões de euros pagos aos elementos das mesas de voto. Recordo que muitas vezes fiz parte de mesas de voto, não recebendo qualquer gratificação por esse facto e em períodos em que não vivíamos uma crise económica tão profunda.
Assim vai este país em que os nossos governantes continuam a poupar no farelo e a estragar na farinha.