Tal como era previsível, Cavaco Silva convidou o líder da força política mais votada para Primeiro Ministro e consequentemente formar Governo.
António Costa, não tendo espelhos em casa nem na sede do partido, classificou inaceitáveis as palavras do atual Presidente da república, anunciando de imediato, não só a rejeição ao próximo orçamento que desconhece, bem como a uma moção de censura a um Governo ainda em gestação. O secretário geral dos socialistas, não olha a meios para atingir um fim, ao querer ser chefe de um executivo, mesmo contra a vontade popular.
Costa considerado um democrata, além de não saber perder, prepara um casamento de conveniência com aqueles que sempre criticou e cujos princípios democráticos pôs em causa.
É de facto inaceitável a sua posição ao rejeitar unir-se aos seus parceiros mais próximos, para fazer alianças com os partidos mais radicais que nada se identificam com um partido de cariz social democrata, isto apenas porque na primeira hipótese seria o nº 2 de um Governo liderado por Passos Coelho, e na segunda hipótese, será provavelmente o Primeiro Ministro.
O que esperar de um casamento de pura conveniência em que apenas estão em causa os interesses pessoais e partidários e nunca os supremos interesses da Nação?
A vir a acontecer este cenário, será certamente um executivo de pouca durabilidade dadas as divergências entre os partidos que o vão sustentar e que apenas irá reforçar a direita.
Costa terá assim, um curto reinado, caso venha a concretizar o seu sonho, para a maioria dos portugueses, um verdadeiro pesadelo.