22 fevereiro 2011

Os cegos e o mercado de trabalho

Sendo a visão considerada o sentido dos sentidos, é normal a nossa sociedade dar à sua perda uma carga bastante negativa, sendo as pessoas cegas vistas como extremamente limitadas no seu dia-a-dia, em especial quando se fala de mercado de trabalho.
Não tem sido fácil alterar esta mentalidade, apesar dos frequentes exemplos evidenciados na comunicação social, que demonstram cada vez mais a quase total autonomia dos invisuais nos nossos dias. Graças às novas tecnologias, os cegos viram os seus horizontes profundamente alargados podendo executar funções que seriam impensáveis há poucos anos.
Apesar de alguns direitos sociais que estes usufruem, muito pouco tem sido feito no sentido de sensibilizar e premiar os nossos empresários na empregabilidade dos deficientes em geral e dos cegos em particular. São bem conhecidas as suas capacidades de concentração e memorização, o que lhes permite em muitos casos, serem mais produtivos do que os normovisuais.
Se é verdade a maioria dos invisuais estarem integrados em organismos públicos, nem sempre o Estado tem cumprido a legislação existente.
Ainda persiste bastante a ideia de que os invisuais apenas podem ser telefonistas, sendo-lhes muitas vezes negada a possibilidade de exercer outras tarefas.
Com a crise laboral que atravessamos e a tendência de extinção da categoria de telefonista, prevêem-se cada vez mais dificuldades de emprego para as pessoas com deficiência visual, pelo que é urgente criar mais incentivos e estágios nas mais diversas áreas, para que eles se sintam realizados e não sejam, mais uma vez, considerados cidadãos de segunda dependentes de pensões de miséria.

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