Já, mais que uma vez, escrevi abordando algumas semelhanças
entre o desporto rei e a política. Hoje vou debruçar-me essencialmente sobre os
treinadores de bancada há muito existentes no nosso futebol, mas que agora começam
a proliferar nos meandros da política, muitos deles com lugar cativo na nossa
comunicação social.
Todos temos as nossas opiniões e todo o direito de as
expressarmos, dado vivermos num Estado democrático. Sempre existiram jornalistas
especializados em fazer a sua análise, nos mais variados domínios, sendo essa a
sua função quer na imprensa, quer nos órgãos áudio visuais.
Talvez devido à guerra de audiências, mais notória nos
canais televisivos, estes, têm procedido à contratações de nomes sonantes da
vida partidária, que nem sempre me têm parecido boas apostas. A justificar esta
minha opinião, fala o seu passado, com conhecidos fracassos nos partidos por onde
passaram, ou ainda militam.
O caso mais flagrante foi sem dúvida a aquisição, pelo canal
público, do principal timoneiro da última equipa governamental que nos conduziu
a um lugar de despromoção, só evitada graças à assinatura do memorando com a troika.
Assim, assistimos normalmente a análises nada isentas e
sistematicamente de crítica a quem conseguiu alcançar, com mérito ou não, o
lugar de destaque que a maioria dos novos comentadores gostaria de ter
atingido. É significativo, a maioria deles vestirem a mesma camisola do atual
chefe do governo e outro ser candidato vencido no último ato eleitoral.
É lamentável que tantos treinadores de bancada, que pouco ou
nada fizeram no passado, venham agora opinar sobre a governação do nosso país,
como fossem catedráticos nesse domínio.
Muito mal vai a nossa classe política e a prová-lo, está a
crise profunda em que estamos mergulhados, sendo a maioria deles os grandes
responsáveis por tal situação.
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