29 outubro 2011

Quem vai ficar nas nossas aldeias?

Um dos grandes problemas do nosso país, é sem dúvida o enorme contraste entre o litoral e o interior. O litoral mais populoso, mais urbano e mais industrial e um interior mais rural, mais desertificado e mais pobre. Esta realidade nunca atenuada pelos nossos governantes, tem provocado o super povoamento das grandes cidades com as dificuldades inerentes no trânsito, na segurança, nos transportes, etc. No interior, com a escassez do sector secundário e o abandono crescente do sector primário, a desertificação tem sido uma constante.
A falta de empregos e as violentas medidas de austeridade, têm feito renascer a emigração.
Com o encerramento maciço das escolas, as crianças foram obrigadas a deslocarem-se para as vilas mais próximas, perdendo-se uma das figuras emblemáticas das nossas aldeias, o professor. A crise de vocações sacerdotais havia já perdido, na maioria dos casos, mais um dos principais pilares dos meios rurais, o Pároco.
Como tudo isto não bastasse, fala-se na extinção da maioria das Juntas de Freguesia. A verificar-se tal medida, será o assassinato das nossas aldeias com o consequente desprezo total de milhares de idosos e o desaparecimento do único sobrevivente de um triunvirato que foi durante muitas décadas o suporte cultural e social de muitas freguesias.
Esperemos que a necessidade férrea de fazer cortes, não vá aniquilar ainda mais aqueles que pela sua pequenez não têm voz e força suficiente para fazer valer os seus direitos.

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