Num país que vive durante todo o
ano um verdadeiro carnaval, com corruptos fantasiados de gente de bem, de
pedófilos disfarçados de pessoas íntegras e criminosos bem engravatados,
detentores de posições de destaque, decidiu o governo não conceder tolerância
de ponto neste dia que antecede um longo período de reflexão e penitência, que
é a Quaresma.
No carnaval, os mais foliões, dão
largas ao seu entusiasmo mascarando-se, cometendo por vezes, alguns excessos,
talvez porque as semanas seguintes convidam a uma maior introspeção e a um
maior recolhimento. Por ser essa a prática normal ao longo da maioria dos dias
do ano, o conselho de ministros decretou que os portugueses trabalhassem, pois
o estado da nossa economia não permite mais veleidades. Porém, alguns desses
foliões, discordando da decisão governamental, talvez mais preocupados com a
sua popularidade do que, com a recuperação das nossas finanças, deliberaram que
devíamos venerar o “S. Entrudo”.
Ficamos assim com o país partido
em dois: De um lado, os mais submissos e responsáveis e do outro lado os mais
rebeldes e populistas.
Mais uma vez, alguns
insubordinados contribuíram para que os funcionários deste país, não recebessem
o mesmo tratamento. Os mais cumpridores a trabalhar e os desobedientes a gozar
um dia de descanso.
Se existiam dúvidas sobre a nossa
constante vivência carnavalesca, este episódio de contra poder por parte da
maioria das autarquias, é bem demonstrativo da nossa imaginação em brincadeiras
de carnaval.
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