Se o futebol não tivesse mais nenhuma
virtude, bastaria a sua pontualidade para o colocar no topo de todos os
espetáculos levados ao público. Antes das transmissões televisivas, todos os
jogos da jornada se realizavam ao domingo à tarde, imperiosamente à mesma hora.
Hoje a realidade é bem diferente, com jogos com os mais variados horários e por
vários dias da semana. Contudo, à hora marcada, lá estão os protagonistas para
dar início ao desafio.
Vem a propósito a recente
polémica na taça da liga, em virtude de um dos jogos ter começado com cerca de
3 minutos de atraso. Nada teria acontecido caso uma das equipas em questão, não
tivesse virado o resultado a seu favor nos últimos minutos com uma grande
penalidade, que segundo a crítica, nem sequer foi polémica. Se a pontualidade é
uma virtude, estes preciosismos são simplesmente ridículos. É verdade que os
desafios podem e devem começar à mesma hora, já não é possível fazer com que
terminem simultaneamente, pois um deles poderá ter necessidade de um maior
período de descontos e alguma das equipas poder alterar o resultado nesses
minutos além dos noventa.
Hoje, com todas as tecnologias ao
nosso alcance, seria possível o árbitro do outro jogo, retardar um pouco o seu
início e até os jogadores do Sporting fazerem algum antijogo de forma ao
encontro com o Penafiel terminar ligeiramente mais tarde. Porém, ninguém pôs em
causa o ligeiro atraso no início do Porto Marítimo, nem o Sporting provocou
paragens no jogo que obrigassem o árbitro a prolongar um pouco mais o desafio.
Deste modo são totalmente
descabidos os protestos da equipa de Alvalade e mais ainda a decisão da liga ao
anular a vitória dos dragões e o seu afastamento das meias finais da respetiva
competição.
Na época passada, os portistas
conquistaram o título com um golo 2 minutos após os noventa regulamentares que
ninguém contestou pois os jogos só terminam após o apito final.
Felizmente, o conselho de justiça
da federação, teve bom senso ao retificar a decisão, no mínimo absurda do órgão
da liga evitando vitórias na secretaria e o arrastar de casos injustificáveis
no nosso futebol.
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