Mais uma vez, o Governo decidiu não dar tolerância de ponto no dia de
Carnaval, talvez porque vivemos esse dia durante todo o ano. No entanto, tem
vindo a patrocinar o dia de entrudo no que diz respeito aos servidores do
Estado.
Depois da autêntica palhaçada com a obrigatoriedade das 40 Horas
semanais, postas em prática apenas por alguns, surge mais uma vez o escândalo
do poder local se sobrepor ao poder central, desautorizando a decisão do
governo. Assim, apenas 13 autarquias decidiram abrir as portas aos seus
munícipes, não dando tolerância aos seus funcionários.
Por outro lado, outros serviços, quer públicos quer privados decidiram
também dar descanso ao seu pessoal, tais como CTT, CGD e restantes instituições
bancárias, entre outros.
Desta forma, assistimos mais uma vez ao país dividido ao meio, com alguns
funcionários a trabalhar e outros a gozar um dia de descanso ou de folia.
Confesso que não sei quem manda neste país, e quando tanto se fala de
equidade, sejamos confrontados com estas diferenças de tratamento.
Passos Coelho e a sua equipa perderam uma boa oportunidade de dar um
rebuçado aos portugueses, cada vez com mais asia permitindo que o fizessem os
presidentes da maioria das autarquias, ao mesmo tempo que lhes deu a
possibilidade de o desautorizarem. Assim, o país ficou praticamente parado com
apenas alguns enteados a terem de comparecer no local de trabalho, na maioria
dos casos, para darem mais despesa ao erário público.
Se o poder local tem autonomia para tomar estas decisões, seria bom que
também o tivesse em relação aos encerramentos dos tribunais e demais
repartições do Estado.
Caminhamos a passos largos para uma anarquia em que todos mandam e
ninguém manda.
Assim vai uma “democracia “que apesar de já ter atingido há muito a maior
idade, continua a ter comportamentos verdadeiramente infantis.
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