Mais uma vez assistimos à
homenagem de um “ídolo” desconhecido, natural da humilde vila de Tabuaço, onde
viveu apenas durante a sua infância, fixando-se depois na capital, onde fez os
seus estudos, vindo a viver os últimos anos da sua vida na Argentina, onde veio
a falecer em 1917.
Distinguiu-se na literatura com a
publicação de algumas obras, seguiu a carreira militar, terminando a sua vida
como embaixador em Buenos Aires.
Homenageado pelos tabuacenses com
o seu nome no agrupamento de escolas, um parque, uma rua, uma associação
juvenil e mais recentemente um museu, Abel Botelho já teria sobejos motivos de
orgulho perante uma terra que apenas o viu nascer. Porém, os autarcas desta localidade,
entenderam há uns anos a esta parte que ainda estavam em dívida com o seu
desconhecido conterrâneo, decidindo então prestar uma homenagem todos os anos
no dia 23 de Setembro, dia do seu aniversário.
Assim, após a sessão solene de abertura
normalmente com a execução do hino nacional pela banda do concelho e da entrega
do prémio Abel Botelho, que distingue os melhores alunos dos vários ciclos de
ensino, segue-se a parte recreativo cultural com um vasto programa, mesmo com
enorme endividamento da autarquia.
Este ano, surpreendeu-me a vinda
de uma banda filarmónica de Anadia quando habitualmente atua a banda de Sendim pertencente
a este concelho. Surpreendeu-me também a escolha da orquestra sinfónica do
Porto para atuar no recreio da escola sem quaisquer condições para o fazer,
face ao excessivo barulho na área envolvente por parte dos alunos, totalmente
alheios a este evento.
Que dividendos tirará Tabuaço
desta festa que nem sequer tem a participação da sua população e que apenas se traduz
em menos um dia de aulas para os alunos e de mais um encargo financeiro para a
autarquia?
Não haverá neste concelho
personalidades que mais contribuíram para o progresso e projeção desta terra?
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