13 outubro 2013

Utopia na equidade entre público e privado

Num país onde não para de aumentar o fosso entre pobres e ricos com ataques sucessivos à classe média, estando esta em vias de extinção, tem vindo o governo a insistir numa maior equidade entre o setor público e o setor privado. Deste modo, têm vindo a ser retiradas algumas regalias e feitos sucessivos cortes nos vencimentos aos servidores do Estado.
Esquece-se o governo de quem é habitualmente sacrificado em épocas de crise financeira com progressões e vencimentos congelados há vários anos, o que não acontece em grande parte no setor privado onde chegam a existir prémios de produtividade.
Recentemente foi promulgado o alargamento do horário de trabalho para as 40 horas para a função pública, medida que se vai traduzir apenas numa maior despesa para o erário público, enquanto muitas empresas privadas continuam a manter as 35 horas semanais.
Será deste modo que o governo quer motivar os seus funcionários reformando e modernizando a administração pública?
Que estímulo terão trabalhadores a ter mais horas de serviço e simultaneamente reduções no vencimento?
Que estímulo terão alguns servidores do Estado com cerca de 20 anos de serviço e a receberem pouco mais do que o salário mínimo?
Parece-me desastrosa a reforma que o governo está a fazer neste setor, onde nada vai melhorar face à pura perseguição àqueles que desempenham funções nos serviços do Estado.

Onde está afinal a equidade de que tanto se fala?

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