António José Seguro, eleito secretário-geral
do partido socialista, nunca foi um líder consensual no eleitorado do maior
partido da oposição, apesar de não ter tido adversários no último congresso.
Não sendo fácil a sua missão,
dado ter sido o seu antecessor quem recorreu à ajuda externa no sentido de
evitar a bancarrota, assinando assim o memorando imposto pela Troika, teria de
se afirmar como alternativa ao atual Governo, exímio executante do mesmo
memorando. Deste modo, não era grande a margem de manobra para criticar de uma
forma construtiva a política de austeridade imposta pelo governo da coligação
PSD-CDS.
Nunca conseguiu afirmar-se como
verdadeira alternativa ao executivo em funções, sendo a mais recente prova disso,
a escassa vantagem conseguida pelo seu partido nas recentes eleições para o
Parlamento Europeu. Porém, após conhecidos os resultados, Seguro congratulou-se
com a “expressiva” vitória pedindo ao Presidente da República que tirasse as
devidas ilações dos resultados eleitorais.
Não
foram necessárias muitas horas para que alguns quadrantes do PS tirassem essas
mesmas ilações discordando do seu líder e reconhecessem que se tratava de uma
vitória demasiado magra, havendo necessidade de repensar a política a seguir
pelo partido, no sentido de recuperarem eleitorado para as próximas
legislativas.
Deste modo, Seguro que
pretenderia a queda do atual executivo e de eleições antecipadas, irá provavelmente
ser o alvo a abater face à pronta disponibilidade de António Costa para assumir
a liderança do maior partido da oposição.
O atual Presidente da Câmara de
Lisboa há muito esperava por um fracasso do seu líder, para se posicionar como
futuro primeiro ministro de Portugal.
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