15 fevereiro 2007

Divórcio - um mal menor

Segundo as estatísticas, nos últimos anos tem disparado no nosso país o número de divórcios. Este fenómeno contemporâneo, deve-se às profundas mudanças estruturais verificadas na nossa sociedade. A emancipação da mulher, as crescentes exigências sócio-económicas e o stress a que a vida de hoje nos obriga, são algumas das causas do desmorenamento de muitos lares.
Sendo a família a célula base de toda a sociedade, nunca seria positivo algo que provocasse a sua extinção ou impedisse o seu normal desenvolvimento. Porém, verificadas algumas incompatibilidades e esgotadas as possibilidades de diálogo, parece-nos a rotura a melhor solução. É sempre difícil o desenlace de uma relação, deixando sempre consequências nefastas, principalmente quando da mesma resultaram proveitos mútuos. Contudo, ninguém deve ser obrigado a viver num ambiente hostil, onde não haja harmonia.
Cada vez será mais difícil conciliar uma vida a dois estável, com a liberalização e modernização dos nossos dias. São constantes as intempéries contra a família sendo esta também cada vez mais vulnerável.
O que era ontem considerado estranho e anormal passou a ser vulgar, para não dizer mesmo moda. São as consequências de uma civilização que nem sempre significa progresso. É a realidade dos nossos dias, para a qual temos de encontrar as soluções mais adequadas, sem preconceitos, nem dramatismos.
O divórcio, embora não seja um remédio, é muitas vezes a melhor, ou a única solução para pôr fim a muitas situações de conflito familiar.
A família terá de ser repensada noutra dimensão, menos tradicionalista e ajustada à realidade dos nossos dias.