13 junho 2010

Que nos valham os Santos Populares

“Crise” tem sido uma das palavras mais pronunciadas nos últimos meses. Não podemos dizer que é um fenómeno apenas dominante dos nossos dias, pois tem-nos acompanhado de uma forma ou outra, ao longo dos tempos.
Apesar de não se circunscrever apenas a este pequeno rectângulo mais setentrional da Europa, não há dúvida que os portugueses sempre se habituaram a viver acima das suas possibilidades. Temos um certo complexo de superioridade, querendo mostrar aquilo que na realidade não somos. É evidente que, quando assim acontece, as crises são inevitáveis
Temos feito demasiadas asneiras procurando dar a ideia que nos encontramos no pelotão da frente, mas infelizmente isso apenas acontece nas coisas negativas. Economicamente, estamos quase a ser absorvidos pelo carro vassoura. As autarquias, os clubes de futebol, um incalculável e crescente número de famílias e de uma forma mais alarmante o próprio Estado, são exemplo do desgoverno alucinante do nosso País
Desta vez, estamos a pagar o acumular de erros políticos que tiveram o seu apogeu no ano transacto com a realização de 3 actos eleitorais e as habituais políticas populistas.
Feliz, ou infelizmente, a crise não é para todos, ou pelo menos nem todos contribuem para a superar. São normalmente os mais desfavorecidos que nada têm a ver com as suas causas e os funcionários públicos os mais afectados.
Vivemos uma das mais graves crises económicas, mas também a maior crise de governação.
Os portugueses têm razões para andar deprimidos e preocupados com o futuro.
Precisamos de um acontecimento que nos levante a auto estima e de um milagre que salve a nossa economia.
Resta-nos a esperança de uma boa campanha da nossa selecção no mundial que se avizinha e a colaboração dos Santos Populares.

10 junho 2010

Um manicómio para turista ver

Todos os dias somos surpreendidos por notícias, ocorridas neste manicómio voltado para o mar, que nos enchem de desânimo pois os seus pacientes, além de não demonstrarem melhoras, verificam um agravamento acentuado na sua saúde mental. A situação mais grave acontece nos hospitais centrais do Terreiro do Paço, S. Bento e Belém, onde alguns pacientes não conseguem alta, apesar de vários anos de internamento. Foi o caso do doente crónico José Sócrates, que após quatro anos de tratamento, teve de permanecer internado pois o seu estado de saúde cada vez inspira mais cuidados. Receia-se que o mesmo venha a acontecer ao paciente Cavaco Silva, que se arrisca a mais 5 anos de internamento na Unidade de cuidados continuados de Belém, se não obter melhoras nos próximos meses.
Têm sido frequentes os ataques de verdadeira loucura praticados por alguns, podendo referir os mais relevantes e de piores consequências para o nosso Manicómio. A insistência no TGV, a legalização do casamento de pessoas do mesmo sexo, o congelamento de salários de miséria, o aumento do orçamento da Assembleia da República em 7 milhões de euros em tempo de grave crise económica, entre outros.
Recentemente, acordei com uma notícia em que cheguei a pensar que ainda não estava bem acordado e se tratava de um sonho. Era protagonista uma das pacientes recém chegadas, ex professora e escritora de literatura juvenil, que se lembrou de abolir o 9º ano para alunos com 15 anos de idade e que se encontrem no 8º ano de escolaridade.
É fantástico o que se faz nesta pequena varanda voltada para o Oceano Atlântico, para motivar as pessoas a estudar e a trabalhar.
Para quê, andei 8 anos no liceu para conseguir um diploma com equivalência ao 12º ano, quando agora se consegue o mesmo em pouco mais de 1 ano?
Porque decidi trabalhar a ganhar pouco mais do que o salário mínimo depois de mais de 15 anos de função pública, sendo invisual, quando muitos com mais capacidades físicas recebem o equivalente sem qualquer trabalho? Será o aumento do orçamento da Assembleia da República destinado para tratar da saúde mental dos nossos deputados? Será a legalização do casamento de pessoas do mesmo sexo, uma medida para “aumentar” a taxa de natalidade? Será que a urgência do TGV tem que ver com a necessidade de transferir os casos mais graves para a Europa?
Se assim for, que venha depressa o comboio de alta velocidade!