19 dezembro 2010

Natal 2010

Já muito se disse e escreveu sobre o Natal. Crónicas, canções, mensagens, enfim, tudo que serve para retratar uma quadra única no ano, não só pelo espírito de paz e amor que pretende transmitir, como também pelo movimento, pelo colorido e alegria em que nos envolve.
Tudo o que possa escrever já foi dito de forma mais eloquente por outros. Por isso, este apontamento limita-se apenas a lembrar, mais uma vez, o nascimento de Jesus Cristo que se fez homem para nos salvar.
Escolheu a forma mais simples e humilde para o fazer e toda a sua vida foi um exemplo de amor e paz.
Porém, com o decorrer dos anos, essa mensagem tão sublime que poderia mudar o mundo, tem vindo a diluir-se para se transformar numa festa cada vez mais pagã onde impera o materialismo e um consumismo alucinante. Passou-se a dar mais importância às prendas, às iluminações e aos desfiles de pais Natais nas grandes cidades, esquecendo-se por completo o aniversariante que estamos a festejar e que deveria ser o alvo de todas as atenções.
Embora ainda prevaleça um pouco o espírito de família apesar da grave crise que esta atravessa, esquecemo-nos muitas vezes, que ao nosso lado, alguns não dispõem dos bens essenciais para uma consoada condigna e outros passam esses dias numa total solidão. Por outro lado, alguns vivem esta época Natalícia de uma forma supérflua esbanjando muitas vezes o que a muitos faria falta.
Façamos do Natal uma festa simples de Paz e Amor onde todos se sintam irmãos em Cristo e procuremos pôr em prática essa mensagem ao longo de todo o ano, para que o futuro que nos espera seja mais solidário, mais justo e mais fraterno.

10 novembro 2010

Dragões asfixiam Águias

Como dragão congénito, não podia deixar passar despercebido um feito pouco vulgar no nosso futebol e penso mesmo, inédito no nosso campeonato nacional. Se é verdade que no futebol tudo é possível, a prová-lo está a recente goleada do F.C. Porto sobre o Benfica. Nada fazia prever uma vitória tão expressiva dos portistas, pese embora o bom momento que atravessam. Foi sem dúvida humilhante de mais para uma equipa que acabou de se sagrar campeã nacional e que se reforçou imenso.
Estão de parabéns os seus directores, comandados pelo carismático Presidente Pinto da Costa, o verdadeiro timoneiro desta embarcação que tantas alegrias tem dado aos seus associados e simpatizantes. Será também o momento para elogiar o seu jovem treinador, sem dúvida um dos responsáveis pelos êxitos já alcançados na presente temporada.
São sem dúvida muitas as estrelas desta constelação que tem iluminado as noites da cidade invicta, mas onde se destaca uma bem mais cintilante que tem conduzido imensas vezes a bola para a baliza adversária. Refiro-me como é evidente a Hulk, o melhor jogador do nosso campeonato e porque não dizê-lo, um dos melhores jogadores da actualidade.
Pena é que o campeonato tenha perdido o seu interesse tão cedo, pois só um verdadeiro terramoto poderá retirar o título aos portuenses.
Parabéns a todos os intervenientes nesta magnífica vitória e oxalá continuem a levar o nome do nosso país além fronteiras e prestigiar ainda mais o futebol português, se possível com a conquista da Liga Europa.

15 outubro 2010

A CEGUEIRA NÃO É UM DRAMA (15 de Outubro, Dia Nacional da Bengala Branca)

Considerado o sentido dos sentidos, a visão permite às pessoas normovisuais terem uma percepção bastante abrangente do meio que nos rodeia. Isto não significa que os restantes sentidos não tenham uma grande importância, apesar de serem desvalorizados pelas pessoas que vêem. Deste modo, quando alguém fica privado de ver, sente-se totalmente desorientado e convicto de que o mundo acabou de desabar em cima de si e que toda a sua vida deixou de ter sentido. Esta ideia errada da realidade, faz com que ainda hoje, muitas pessoas vejam os cegos como pessoas tristes e inúteis à sociedade..
Se é verdade que isto acontecia em tempos remotos, pois não existiam formas de os reabilitar e integrar na sociedade, felizmente, hoje a realidade é totalmente diferente.
Com a invenção da escrita Braille no século XIX abriu-se a primeira porta para a educação das pessoas cegas. Mais tarde, com a produção de livros em Braille e produções em áudio, passou a ser bastante diversificada a oferta de obras de vários autores nacionais e estrangeiros. A criação de centros de reabilitação e mais recentemente o aparecimento das novas tecnologias, vieram permitir uma grande autonomia aos invisuais. Desta forma a perda definitiva da visão, deixou de ter a carga negativa que tinha noutros tempos. Hoje é frequente encontrarmos cegos que se distinguem na música, no desporto, nas artes e nas mais diversas actividades profissionais. É cada vez maior o número de licenciados nas mais variadas áreas, tais como o Direito, a Psicologia, a História, a Filosofia etc.
Hoje, são sem dúvida as barreiras sociais, as principais inimigas dos cegos. É necessário continuar a mudar as mentalidades para que as pessoas não discriminem, nem olhem de uma forma diferente para aqueles que no dia-a-dia lutam por uma plena integração. É preciso que os nossos empresários lhes dêem mais oportunidades e que o próprio Estado dê o exemplo pondo em prática toda a legislação existente.
Neste dia internacional da bengala branca, vamos sensibilizar a sociedade para esta problemática de modo que os cegos cada vez se sintam mais integrados nos mais variados domínios e possam ter cada vez mais, um papel activo na sociedade.

05 outubro 2010

Amigos

São flores perfumadas,
Por nós muito acarinhadas,
A quem damos atenção.
Enriquecem nossas vidas,
Mesmo as menos coloridas,
Dão beleza ao coração.

São faróis iluminados,
Que nos levam bem guiados,
Pelos difíceis caminhos.
São assim a nossa luz,
Que por vezes nos conduz
Fugindo de alguns espinhos.

São a estrela cintilante,
Presente a todo o instante
Para nos orientar.
O seu brilho incandescente,
Faz-nos ter sempre presente,
Que vivemos para amar.

São alegres passarinhos,
Que vivendo nos seus ninhos,
Nos transmitem alegria.
Exemplos de lealdade,
Contagiam felicidade,
Nos seus voos de magia.

São crianças inocentes,
Que nos oferecem presentes,
De forma desinteressada.
São exemplos de ternura,
Que nos oferecem doçura,
De uma forma acarinhada.

26 setembro 2010

Homenagear, porquê?

Tenho vindo a fazer algum esforço para compreender a razão de ser das comemorações do aniversário de Abel Botelho, todos os anos festejado no dia 23 de Setembro.
Embora tratando-se de um ilustre filho da terra, não consta ter sido um benemérito, nem ter contribuído de alguma forma para o seu desenvolvimento. Possuidor de um curriculum que de facto nos orgulha, Abel Botelho já foi sobejamente distinguido pelos seus conterrâneos ao atribuírem o seu nome a uma escola, a uma associação juvenil, a um parque de lazer e mais recentemente a uma artéria desta simpática vila. Além disso, trata-se de uma personalidade desconhecida da maioria dos portugueses, não nos permitindo sequer tirar alguns dividendos do seu nome para a projecção e divulgação de Tabuaço. Por outro lado, a coincidência do seu aniversário com o início do ano lectivo e a época das vindimas, faz com que as mesmas comemorações passem despercebidas à maioria da população.
Julgo ter sido oportuna a homenagem ocorrida no ano transacto, data em que se assinalavam os 150 anos do seu nascimento, mas totalmente despropositada e despesista nos moldes em que tem sido feita.
Parece-me no entanto, digno de realce um aspecto positivo nesta efeméride, que é a atribuição do prémio Abel Botelho, prémio esse que se destina a incentivar e premiar os melhores alunos ao longo do ano lectivo.
Necessitamos urgentemente de promover novos eventos, mas que sirvam para tirar este concelho do anonimato e o projectem numa região com imensas potencialidades turísticas que não podemos desperdiçar.


José Luís Lopes

Nota: Este texto foi escrito em Outubro de 2006 a fim de ser publicado no Jornal Notícias da Beira Douro, do qual fui colaborador durante vários anos.
Graças à mão pesada de censura do seu director Rui de Carvalho, o mesmo nunca foi publicado e muito menos dada uma explicação por esse facto.

Esta atitude inqualificável, levou-me a deixar de colaborar com o mesmo jornal e a criar este espaço totalmente livre de censura.

11 agosto 2010

Chamas que queimam mas não iluminam

Fustigado pela onda de incêndios que tem martirizado o norte e centro do nosso país, o concelho de Tabuaço foi mais uma vez, pela negativa, cartaz na comunicação social. Lamentamos que seja necessários ocorrerem fatalidades para o nome deste concelho ser divulgado. Foram sem dúvida dias de grande preocupação e ansiedade para os Tabuacenses e populações vizinhas. O fogo, não obedecendo à intervenção humana, passeou por grande parte das suas freguesias destruindo a sua paisagem verdejante para dar lugar a uma paisagem de verdadeiro luto. A nossa floresta ficou mais pobre face aos prejuízos causados pelo mesmo.
Há que louvar a pronta e desinteressada intervenção dos nossos bombeiros e a colaboração e solidariedade demonstrada por inúmeras corporações de Bombeiros dos mais variados e distantes pontos do país. Estiveram presentes corporações de Portalegre, Castelo Branco, Santarém, Seia, entre outras.
Esperemos que no futuro Tabuaço possa ser notícia por motivos e ocorrências mais agradáveis. Temos imensas potencialidades a mostrar a quantos visitam este pequeno, mas agradável concelho, embora agora esteja privado da verdura dos seus montes e vales, mas mantendo a deslumbrante paisagem voltada para a região que o caracteriza e que fez deste concelho, Património Mundial da Humanidade.
Ponhamos os olhos num dos nossos concelhos vizinhos que recentemente participou activamente num evento que projectou e divulgou o seu nome pelo nosso país. Estou a referir-me ao início de uma etapa da volta a Portugal em bicicleta na vila de Moimenta da Beira.
Oxalá os nossos autarcas sigam este e outros exemplos dados por outros concelhos, que tal como Tabuaço, sofrem do estigma da interioridade.

22 julho 2010

TABUAÇO - um destino a conhecer

Vítima da interioridade, da desertificação e dos fracos acessos em termos de comunicações viárias, Tabuaço é desconhecido pela maioria dos portugueses. Trata-se de uma pequena vila, sede de concelho, composto por 17 freguesias, fazendo parte dos concelhos durienses a quem foi atribuído o galardão de Património Mundial da Humanidade.
Embora geograficamente pertencente ao Distrito de Viseu, este concelho, localizado na transição das Beiras com o Alto Douro, identifica-se muito mais com esta região.
Dado aos desagradáveis acessos e à sua interioridade, o sector terciário é quase inexistente, obrigando os seus habitantes à emigração e à consequente desertificação.
Situado na encosta da margem esquerda do rio Douro, a sua área fica distribuída quase na sua totalidade, entre os afluentes Tedo e Távora. Devido ao acidentado do terreno, esta vila tem algumas dificuldades de expansão, pois são reduzidos os espaços destinados à construção. Por outro lado, Tabuaço é francamente compensado pela sua beleza natural, dispondo de paisagens maravilhosas que deixam deslumbrados quantos o visitam. Tal como acontece com toda a região do Douro, este concelho dispõe de imensas potencialidades, muitas delas, longe de estarem devidamente exploradas e divulgadas.
Tendo como principais riquezas o vinho e o azeite, primando qualquer um deles pela melhor qualidade, o concelho é rico também na produção de batata, castanha, cereja a e alguns cereais.
Para além da beleza paisagística, sem dúvida o principal cartão-de-visita de Tabuaço, muitos são os motivos de interesse para um passeio extremamente agradável a este concelho. Para os apaixonados pela arte e coisas antigas, destacamos o histórico convento de S. Pedro das Águias, a Igreja românica de Barcos, monumentos nacionais, a igreja de Longa com os seus magníficos quadros pintados a óleo no seu tecto, os Santuários de N.ª S.ª do Sabroso e de N.ª S.ª da Saúde, a igreja matriz desta vila com a sua rica talha dourada e inúmeras capelas. Destacamos também a freguesia da Granja do Tedo atravessada pelo rio do mesmo nome através de uma ponte romana. Aqui, terá alguns motivos de interesse ligados ao artesanato e poderá descansar e refrescar-se na sua calma e repousante praia fluvial. Perto da freguesia de Longa, poderá ver alguns vestígios de uma citânia e muralhas fortificadas que serviam de protecção aos nossos antepassados. Existe nesta zona um menir, o segundo maior da Península Ibérica. Ao contrário do que acontece hoje na maioria das localidades, não faltam neste concelho, espaços verdes propícios muitos deles a grandes piqueniques e a bons convívios. Na vila, destacam-se o sempre refrescante parque Abel Botelho, bem como os sempre bem cuidados jardins Conde Ferreira e toda a zona envolvente do recém-criado Museu do Imaginário do Duriense, onde podemos deliciarmo-nos com a simples mas simpática fonte luminosa.
No Posto de turismo da vila de Tabuaço, encontra-se uma peça de valor incalculável, mas que infelizmente não pode demonstrar toda a sua valia. Trata-se do Rijomax, um relógio único no mundo que dispõe de imensas funcionalidades, feito por um relojoeiro da terra ao longo de mais de duas décadas. Pena é, que dado o falecimento do seu construtor, ninguém tivesse aprendido a trabalhar com o mesmo, não sendo possível mostrar aos seus visitantes todo o seu potencial. Da sua gastronomia, destacam-se cabrito assado no forno, os folares tradicionais, principalmente na época da Páscoa, o famoso Bolo Rei, entre outras iguarias.
Neste concelho, existem algumas quintas durienses, algumas delas funcionando como casas de turismo rural e onde poderá saborear o famoso vinho generoso, ou seja o genuíno vinho do Porto. Poderão ser motivos de interesse o seu centro histórico, as suas piscinas municipais, bem como outras infra-estruturas que servem os seus habitantes.
Penso ter retratado um pouco deste airoso concelho, deixando a todos que o queiram visitar, bastantes motivos de interesse. Peço desculpa aos naturais desta região, algo de relevante que tenha omitido. Se tal aconteceu, agradeço que o mencionem nos vossos comentários, a fim de que este concelho não seja prejudicado na sua imagem.

13 junho 2010

Que nos valham os Santos Populares

“Crise” tem sido uma das palavras mais pronunciadas nos últimos meses. Não podemos dizer que é um fenómeno apenas dominante dos nossos dias, pois tem-nos acompanhado de uma forma ou outra, ao longo dos tempos.
Apesar de não se circunscrever apenas a este pequeno rectângulo mais setentrional da Europa, não há dúvida que os portugueses sempre se habituaram a viver acima das suas possibilidades. Temos um certo complexo de superioridade, querendo mostrar aquilo que na realidade não somos. É evidente que, quando assim acontece, as crises são inevitáveis
Temos feito demasiadas asneiras procurando dar a ideia que nos encontramos no pelotão da frente, mas infelizmente isso apenas acontece nas coisas negativas. Economicamente, estamos quase a ser absorvidos pelo carro vassoura. As autarquias, os clubes de futebol, um incalculável e crescente número de famílias e de uma forma mais alarmante o próprio Estado, são exemplo do desgoverno alucinante do nosso País
Desta vez, estamos a pagar o acumular de erros políticos que tiveram o seu apogeu no ano transacto com a realização de 3 actos eleitorais e as habituais políticas populistas.
Feliz, ou infelizmente, a crise não é para todos, ou pelo menos nem todos contribuem para a superar. São normalmente os mais desfavorecidos que nada têm a ver com as suas causas e os funcionários públicos os mais afectados.
Vivemos uma das mais graves crises económicas, mas também a maior crise de governação.
Os portugueses têm razões para andar deprimidos e preocupados com o futuro.
Precisamos de um acontecimento que nos levante a auto estima e de um milagre que salve a nossa economia.
Resta-nos a esperança de uma boa campanha da nossa selecção no mundial que se avizinha e a colaboração dos Santos Populares.

10 junho 2010

Um manicómio para turista ver

Todos os dias somos surpreendidos por notícias, ocorridas neste manicómio voltado para o mar, que nos enchem de desânimo pois os seus pacientes, além de não demonstrarem melhoras, verificam um agravamento acentuado na sua saúde mental. A situação mais grave acontece nos hospitais centrais do Terreiro do Paço, S. Bento e Belém, onde alguns pacientes não conseguem alta, apesar de vários anos de internamento. Foi o caso do doente crónico José Sócrates, que após quatro anos de tratamento, teve de permanecer internado pois o seu estado de saúde cada vez inspira mais cuidados. Receia-se que o mesmo venha a acontecer ao paciente Cavaco Silva, que se arrisca a mais 5 anos de internamento na Unidade de cuidados continuados de Belém, se não obter melhoras nos próximos meses.
Têm sido frequentes os ataques de verdadeira loucura praticados por alguns, podendo referir os mais relevantes e de piores consequências para o nosso Manicómio. A insistência no TGV, a legalização do casamento de pessoas do mesmo sexo, o congelamento de salários de miséria, o aumento do orçamento da Assembleia da República em 7 milhões de euros em tempo de grave crise económica, entre outros.
Recentemente, acordei com uma notícia em que cheguei a pensar que ainda não estava bem acordado e se tratava de um sonho. Era protagonista uma das pacientes recém chegadas, ex professora e escritora de literatura juvenil, que se lembrou de abolir o 9º ano para alunos com 15 anos de idade e que se encontrem no 8º ano de escolaridade.
É fantástico o que se faz nesta pequena varanda voltada para o Oceano Atlântico, para motivar as pessoas a estudar e a trabalhar.
Para quê, andei 8 anos no liceu para conseguir um diploma com equivalência ao 12º ano, quando agora se consegue o mesmo em pouco mais de 1 ano?
Porque decidi trabalhar a ganhar pouco mais do que o salário mínimo depois de mais de 15 anos de função pública, sendo invisual, quando muitos com mais capacidades físicas recebem o equivalente sem qualquer trabalho? Será o aumento do orçamento da Assembleia da República destinado para tratar da saúde mental dos nossos deputados? Será a legalização do casamento de pessoas do mesmo sexo, uma medida para “aumentar” a taxa de natalidade? Será que a urgência do TGV tem que ver com a necessidade de transferir os casos mais graves para a Europa?
Se assim for, que venha depressa o comboio de alta velocidade!

01 maio 2010

2 de Maio - Dia da Mãe

Querida mãe, gostava de hoje estar contigo, abraçar-te e beijar-te e se possível dar-te um presente neste dia a ti dedicado. Infelizmente não o posso fazer materialmente, mas podes crer que o farei de uma forma mais profunda, numa verdadeira comunhão espiritual.
Todos os dias são dia da mãe, por isso estás sempre presente no meu coração e na minha mente.
Muito tenho a agradecer-te, pois além da vida, deste-me muitos ensinamentos através do teu exemplo de vida. Foste um marco de humildade e simplicidade, qualidades que continuo a apreciar e que para mim são indispensáveis numa mulher.
Depois de tu partires, Deus sujeitou-me a uma verdadeira travessia no deserto, em virtude de nem todas terem um coração tão grande para amar.
Hoje, sou feliz porque abandonei o caminho da solidão, passando a ter alguém disposto a caminhar a meu lado, partilhando os dias radiosos e as intempéries que a vida nos proporciona
Estou convicto, que não terás ficado indiferente a tudo isto, apesar do grande mistério que se nos depara.
Para além da morte, a minha débil fé faz-me crer que estás também muito feliz, não tendo sido alheia a todo este processo, a tua vida repleta de santidade.Embebido nessa mesma fé, espero um dia voltar a abraçar-te e partilharmos juntos a verdadeira felicidade, a felicidade eterna.

19 março 2010

Carta Aberta ao Senhor Primeiro Ministro

Senhor ” engenheiro”, preferia enviar-lhe uma carta fechada, mas como provavelmente não seria aberta, ou se o fosse seria de imediato arquivada, optei por a enviar aberta para lhe evitar trabalho, dado andar demasiado ocupado com o desgoverno deste país.
Não posso de forma alguma estar satisfeito com a sua acção governativa, apesar de ter tido a coragem de encetar reformas há muito necessárias e que ninguém tivera a coragem de iniciar. Admiro por isso a sua firmeza e determinação enfrentando praticamente todas as classes sociais. Será bom recordar que muito contribuiu para essa decisão, o facto de ter governado com maioria absoluta, um dos principais inimigos da democracia. Vivemos assim 4 anos de semi-ditadura em que o seu governo punha e dispunha sem ter em conta as posições dos restantes partidos parlamentares, também eles, representativos dos portugueses.
Iniciada nova legislatura com a reeleição de V.ª Ex.ª, não resultante dos méritos da sua governação, mas sim da falta de uma oposição forte e organizada, não eram previsíveis grandes alterações apesar de muitos eleitores já não se deixarem levar ao engano pelas suas aveludadas mentiras. Surgiram então as desculpas da crise internacional, que vieram ofuscar e atenuar as políticas despesistas do anterior governo. O país afundou-se assim numa crise económica há muito existente, atenuada artificialmente em épocas eleitorais. É exemplo disso o que se passou no ano de 2009, em que poucos sentiram a recessão e em que os funcionários públicos puderam beneficiar do maior aumento desde o século passado. Será isto governar com honestidade e competência?
Senhor “engenheiro”, lamento que sempre que se vê com as calças na mão, recorra sempre aos funcionários do Estado como únicos salva-vidas do país. Serão estes os responsáveis pelos péssimos investimentos que o governo faz? Serão eles responsáveis pelas nomeações em série de assessores, chefes de gabinete e directores gerais e pelo elevado despesismo verificado na administração central? Serão eles responsáveis pelos vencimentos e reformas exorbitantes da maioria dos administradores das empresas públicas e demais cargos de Estado? Porque terão de ser sempre os mais pobres a pagar a crise quando verificamos no nosso país um crescente número de fortunas?
Seria bom que V.ª Ex.ª fosse o primeiro a dar o exemplo do apertar do cinto a que todos os anos estamos habituados. Prometeu não subir impostos, mas seria bem melhor que o fizesse para as classes mais favorecidas. Porque não aumenta o IVA para produtos de luxo e bens considerados supérfluos? Porque não são tributadas as chorudas fortunas conseguidas na bolsa? Porque não existem benefícios fiscais para quem tem necessidade de recorrer a profissionais liberais, evitando assim que os mesmos fugissem ao fisco? Porque não se congelam apenas os aumentos dos vencimentos dos contribuintes com vencimentos superiores a mil euros, a exemplo do que já foi feito no passado?
Desculpe senhor Primeiro Ministro, mas não me parece pertencer a um partido que se intitula de socialista. Onde estão as medidas sociais para combater a pobreza e diminuir o fosso cada vez maior entre pobres e ricos?
Os portugueses sempre tiveram um complexo de superioridade vivendo normalmente acima das suas possibilidades e o senhor “engenheiro” não foge à regra, porém o país não pode ser desgovernado por quem não tem a noção da nossa pequenez e pretende transmitir uma ideia errada aos nossos parceiros. Conseguimos estar no topo em quase tudo que é negativo, mas no nível de vida, somos cada vez mais últimos.
Senhor Primeiro Ministro, faça um exame de consciência, se é que ainda a tem, e verifique qual é na realidade a sua vocação. Não engane mais os portugueses nem os faça suspirar por uma nova ditadura nem pela perda da nossa independência. Devolva a todos a esperança de melhores dias para o nosso país, principalmente para os mais desfavorecidos.

Dia do Pai

Festejamos S. José,
Apenas pai adoptivo,
Carpinteiro em Nazaré,
Merecia um dia festivo.

Dia dedicado aos pais,
É a única homenagem,
Penso que merecia mais,
Dada a sua vassalagem.

É um exemplo a seguir,
Por todo educador
Porque soube sempre agir,
Com humildade e amor.

Ser pai, missão muito nobre,
Muitas vezes esquecida,
Que torna muito mais pobre,
Todo o sentido da vida.

Lamento não possuir,
Apesar de já velhinho,
Quem me soube conduzir
Por este nobre caminho.

Foi um Pai exemplar
Que deixou ensinamentos,
Pois sabia educar,
Cultivando sentimentos.

Apesar de ter partido,
De uma forma inesperada,
Deixou muito construído,
Sem ter obra terminada.

Alicerces muito fortes
Contra os grandes vendavais
Foram as melhores sortes,
Que pude herdar de meus pais.

05 março 2010

8 de Março - Dia Internacional da Mulher

Habituei-me desde a criação deste espaço, a escrever todos os anos algo sobre a mulher neste dia internacional a si dedicado.
Apesar do tema ser bastante sugestivo e abrangente, sinto alguma dificuldade em fazê-lo dada a minha tendência em sintetizar o que penso.
Conhecida a minha opinião sobre o assunto por quantos visitam com frequência o meu blog, talvez me vá repetir um pouco neste breve apontamento de homenagem a quem nos deu a vida e sempre sabe dar aquele carinho e aquela ternura que só o sexo feminino sabe transmitir.
Misto de sentimentos, beleza e instabilidade, a mulher apresenta-se repleta de contrastes nas suas reacções, nos seus comportamentos e atitudes
Dotada de um sexto sentido e de uma sensibilidade extremamente apurada, em contraste com a virilidade e maior racionalismo do sexo oposto, esta desempenha um papel fundamental como mãe e esposa, sendo o esteio da família tradicional. Seria impensável uma sociedade sem a mulher, não só pelo seu privilégio de dar à luz, mas também pela sua sensualidade, ternura e beleza.
Que seria dos filhos sem o carinho e o espírito maternal? Que seria dos homens, sem o amor incondicional e sem a fada do lar, sempre atenta ao mais pequeno pormenor? Que seria dos idosos sem os cuidados e atenção que só ela sabe oferecer?
Teremos de reconhecer que apesar da sua instabilidade, a mulher tem qualidades ímpares que são sem dúvida uma mais valia para um melhor bem estar e melhor qualidade de vida, principalmente nos dias e gerações em que mais necessitamos de apoio.
Não poderia terminar este breve apontamento, sem homenagear ainda que de uma forma póstuma, aquela que me deu o ser e a quem devo muito do que sou e do que penso.
Quero também aproveitar este dia para, pela primeira vez, demonstrar publicamente todo o apreço e gratidão ao maravilhoso anjo que Deus pôs no meu caminho e que desinteressadamente está disposta a deixar tudo para abraçar um resto de vida onde transborda amor e carinho.
Oxalá todas as mulheres saibam desempenhar os seus deveres para que a família possa sobreviver às intempéries a que tem sido sujeita. Não sendo ela a única responsável pela crise nela instalada, pode com a sua sensibilidade e audácia contribuir para a estabilidade da mesma, transformando esta sociedade, em plena decadência, numa sociedade menos individualista e mais fraterna.