31 agosto 2007

Do religioso ao profano

Inseridos num país tradicionalmente católico, apesar da avassaladora onda de seitas que nos ultimos tempos têm penetrado na nossa sociedade, não admira que o nosso povo queira prestar homenagem à Virgem, nos seus mais variados apelidos e àqueles que mereceram a honra de estarem nos nossos altares.
Assim, de norte a sul, as nossas aldeias, vilas e cidades, são revestidas de um maior colorido e de grande animação, ao que não são alheios os nossos emigrantes, não só com a sua preciosa ajuda, mas também, normalmente, com a sua presença. São as "vacances" junto dos seus familiares e amigos!
Pena é, que estas festas, sejam normalmente apenas palco de diversão e montra de vaidades, esquecendo-se o espírito de humildade daqueles cujo nome serve de pretexto para profanar as referidas cermónias.
Vem a propósito recordar o que se passa com muitas das procissões das nossas aldeias, que mais parecem desfiles de puro folclore, em vez de manifestações de fé em honra de quem se devia venerar.
Não é menos frequente, vislumbrarmos chorudas notas no andor do padroeiro, colocadas de preferência aos olhares atentos dos populares.
Cristo, quis dar-nos o exemplo de humildade, nascendo numa simples mangedoura, em vez de procurar palácios sumptuosos. Não é através da posse de muitos bens materiais que alcançamos a verdadeira riqueza, mas sim pela forma simples e humilde como aceitamos o que possuímos.
Saibamos pois, distinguir a diversão da oração, o material do espiritual e a mensaem de Deus dos inimigos do Homem.

07 agosto 2007

Vamos de Férias

Após um ano de rotina em que mecanizámos hábitos e
tarefas funcionando como verdadeiros robots, surge um breve
hiato em que tudo se transforma e em que somos convidados a um
universo de constelações, que nos deixa suspensos num ambiente
de grande tranquilidade e bem estar.
Aí estão os apetecíveis dias soalheiros passados na
praia ou no campo, longe do nosso habitat e do local de
trabalho; aí estão os agradáveis passeios pelo país ou além
fronteiras, em que procuramos descobrir os encantos
paisagísticos e arquitectónicos das mais diversas regiões; aí
estão os pitorescos piqueniques e as animadas festas no
convívio de amigos onde damos largas à nossa alegria e boa
disposição. São momentos de descontração e de lazer que nos
permitem reconquistar forças para mais uma volta a este
difícil circuito de subidas e descidas, de curvas e de rectas,
em que desconhecemos o número total de voltas a percorrer.
Jovens e adultos aguardam ansiosamente por este
interregno para se dirigirem às boxes, a fim de procederem ao
reabastecimento que lhes permita prosseguir em prova.
Os mais pequenos, livres das suas ocupações escolares,
deliciam-se com as suas animadas brincadeiras, de preferência
na piscina ou junto ao mar, tal é o apreço pala água.
A natureza colabora também neste ambiente de
tranquilidade e boa disposição com o astro rei a brilhar desde
o romper da aurora, transmitindo luz e calor até desaparecer no
firmamento para lhe suceder a noite calma e amena, onde
sobressaem as estrelas cintilantes e a maravilhosa sinfonia
campestre, tão bem interpretada pelos grilos e pelos mais
variados répteis e insectos.
São as tão merecidas que nos transcendem e nos dão
mais vigor para um novo ano de trabalho.
Pena é que nem todos possam contemplar este universo
de constelações e respirar um pouco da descontração e
tranquilidade que o mesmo proporciona.