16 julho 2008

Como viver com deficiência em Portugal

Um estudo efectuado no nosso país, revela que a deficiência em Portugal é maioritariamente feminina, idosa e pobre. Considerando que a sua percentagem se aproxima dos 10% da população, e que os mesmos se encontram limitados em variadíssimas vertentes, temos de reconhecer que os deficientes têm sido bastante esquecidos pelas entidades competentes e pela sociedade em geral.
Parece-me que devemos dividir os mesmos em duas categorias: os deficientes profundos, sem qualquer autonomia e totalmente dependentes de terceiros que necessitam de cuidados especiais e os restantes com algumas limitações, mas aptos para inúmeras funções, desde que devidamente reabilitados e adaptados ás mesmas.
É aqui que os deficientes sentem alguma discriminação na medida em que raramente lhes são reconhecidas essas capacidades. Tudo seria bem diferente se olhássemos para essas pessoas como cidadãos com imensas potencialidades.
Continuam a ser muitas as barreiras arquitectónicas, mas continuam a ser mais profundas as barreiras sociais.
Os deficientes portugueses, continuam a ser vistos pela maioria da população, como seres inferiores mesmo quando conseguem afirmar-se no meio laboral e social. Ainda prevalece um pouco o lema: quem não sabe é como quem não vê. Felizmente, hoje os cegos já não se podem queixar da falta de meios para adquirirem conhecimentos. O acesso às novas tecnologias e o crescente aumento de obras em Braille e áudio, vieram permitir que o deficiente visual tivesse possibilidades de se cultivar.
Os problemas dos deficientes passam essencialmente pela formação, reabilitação e aposta nas suas potencialidades. Por isso, é necessário que governo e empresários lhes proporcionem essas oportunidades. Não basta legislar, mas sim mudar mentalidades e pôr em prática a legislação já existente para que todos tenham as mesmas chances.
Os cegos ficarão muito felizes quando verificarem que os normovisuais se libertaram da sua cegueira, conseguindo ver os deficientes como seres de corpo inteiro com os mesmos direitos de qualquer cidadão.
Graças a uma conceituada revista semanal, os cegos portugueses passaram a dispor de visão, que todos os meses lhes proporcionam novos horizontes. Obrigado a quantos têm contribuído para eliminar essas barreiras sociais de modo a que estes sejam vistos como cidadãos de plenos direitos e capazes de desempenhar um papel importante na nossa sociedade.

5 comentários:

Magnólia disse...

Boa tarde,
A fazer pesquisa na Internet sobre deficiências vi o seu blogue e gostei do que li. Sou uma pessoa deficiente motora. Neste momento, estou a procurar trabalho, tenho 42 anos o que também dificulta um pouco essa questão. Ao ler o seu blogue, reparei na observação que fez, relativamente ao mercado de trabalho. Geralmente, quando respondo a um anúncio de trabalho, coloco sempre uma nota que embora tenha uma deficiência motora sou capaz de desempenhar aquela tarefa, mas julgo que vou deixar de fazer isso, pois sinto que esse factor "queime" logo a possibilidade de uma entrevista. Há uns tempos, fui chamada para trabalhar em um centro de explicações para dar aulas de Inglês a crianças por uma Senhora que viu o meu anúncio. Aceitei, gosto de miúdos e dou aulas em minha casa também. A Senhora frisou que as aulas seriam dadas a crianças do 1º e 2º ciclo. Quando lá cheguei, ela olhou para mim e perguntou se tinha sido um acidente. Disse muito naturalmente que não, que tinha tido uma paralisia cerebral, mas que isso não tinha qualquer importância. Encaro isto sem grandes problemas e com á vontade q.b. A Senhora, simplesmente disse que necessitava era de pessoas para darem aulas ao 12º Ano e despediu-se. Senti-me muito mal. Nunca sei o que fazer nestas situações. Será melhor ir ás entrevistas sem ter essa ressalva?
O que sinto aqui em Portugal é que as leis não passam do papel e que não há qualquer vontade de nos darem uma oportunidade. Não me vou alongar mais, pois haveria muito mais para dizer, mas fica para outra vez. Simplesmente, deixei de acreditar em qualquer ajuda e vou levando a vida o melhor que posso, sempre com esperança que as coisas um dia melhorarão.
Gostei do seu blogue
Cumprimentos,
Magnólia

Anónimo disse...

como te compreendo...

O Mundo da Nádia disse...

é lamentável a forma como pessoas que têm uma deficiência são discriminadas, eu não tenho, mas encaro isso como algo totalmente natural, afinal de contas ninguém é perfeito. tenho apenas 18 anos, tive um acidente desportivo e tive que ser operada ao joelho, no verão já não usava calções, porque a cicatriz ficou um tanto desagradável aos olhos de quem a via. mas se há coisa que mais lamento é a mentalidade e falta de humanidade da ''nova geração''. a minha mãe é professora do ensino especial, e de momento estou a fazer um trabalho de final de curso sobre uma rapariga que sofreu um AVC aos 14 anos. não posso dizer que sei aquilo que sentem porque não sei, mas que lamento do fundo do coração a posição em que esta gente vos poem.

Anónimo disse...

é lamentável a forma como pessoas que têm uma deficiência são discriminadas, eu não tenho, mas encaro isso como algo totalmente natural, afinal de contas ninguém é perfeito. tenho apenas 18 anos, tive um acidente desportivo e tive que ser operada ao joelho, no verão já não usava calções, porque a cicatriz ficou um tanto desagradável aos olhos de quem a via. mas se há coisa que mais lamento é a mentalidade e falta de humanidade da ''nova geração''. a minha mãe é professora do ensino especial, e de momento estou a fazer um trabalho de final de curso sobre uma rapariga que sofreu um AVC aos 14 anos. não posso dizer que sei aquilo que sentem porque não sei, mas que lamento do fundo do coração a posição em que esta gente vos poem.

Anónimo disse...

é lamentável a forma como pessoas que têm uma deficiência são discriminadas, eu não tenho, mas encaro isso como algo totalmente natural, afinal de contas ninguém é perfeito. tenho apenas 18 anos, tive um acidente desportivo e tive que ser operada ao joelho, no verão já não usava calções, porque a cicatriz ficou um tanto desagradável aos olhos de quem a via. mas se há coisa que mais lamento é a mentalidade e falta de humanidade da ''nova geração''. a minha mãe é professora do ensino especial, e de momento estou a fazer um trabalho de final de curso sobre uma rapariga que sofreu um AVC aos 14 anos. não posso dizer que sei aquilo que sentem porque não sei, mas que lamento do fundo do coração a posição em que esta gente vos poem.