21 janeiro 2009

Todos diferentes todos (des)iguais

Criado segundo a Bíblia, à imagem e semelhança de Deus, o homem tem vindo, nos últimos tempos a acentuar a diferença entre si e o seu semelhante.
A ânsia do poder e a ambição, por vezes ganância, por tudo que é material têm subjugado os grandes valores humanos, dando lugar a uma sociedade de classes onde cada vez são mais visíveis as desigualdades.
Todos os dias assistimos a discriminações: as minorias raramente são respeitadas; os mais fracos são constantemente humilhados e desprezados; os que lutam por um verdadeiro ideal dificilmente são compreendidos e aceites como tal; logo ao nascer, o ser humano é discriminado em função das características e valores hereditários, bem como do estatuto sócio-económico dos seus progenitores.
Vivemos permanentemente em competição com os mais fortes e mais poderosos à procura de conquistar um lugar no pódio, cometendo os mais variados atropelos, distanciando-se assim, cada vez mais, daqueles a que não foram dados os mesmos talentos e as mesmas oportunidades.
Nesta sociedade materialista, e cada vez mais individualista, o homem refugia-se no seu castelo de cristal, alicerçado no egoísmo e na falta de solidariedade, esquecendo-se que a seu lado vive alguém que necessita de uma palavra amiga, de um gesto de carinho, ou até mesmo de uma ajuda material.
Seria utópico sonhar com uma sociedade sem classes onde todos fossem iguais. Terá de haver sempre ricos e pobres, patrões e empregados, doentes e escorreitos, mas não devemos aceitar que o homem se distinga e se promova pela cor dos seus olhos, ou pela gravata que usa, mas sim pelo seu carácter, pela sua personalidade e essencialmente pelo seu querer.
Ao contrário do que muitos possam pensar, seria perfeitamente possível alterar este estado de coisas se o homem quisesse. Esta tarefa depende exclusivamente de cada um de nós. Para tal, bastaria que olhássemos um pouco mais para o nosso semelhante, colocando à disposição dos mais desvavorecidos o melhor que tivermos para dar. Com este simples gesto saído do nosso coração, seria possível transformar o mundo num verdadeiro oásis onde todos se sentiriam felizes.

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