21 outubro 2015

Despedida de Cavaco atribulada

Não  foi fácil a tarefa de Cavaco Silva como Presidente da República. A situação económica e financeira e alguns períodos de crise política dificultaram imenso a missão do mais alto representante da Nação. Foi bem mais fácil e relevante o seu desempenho como Primeiro Ministro de Portugal.
Como Presidente nem sempre esteve bem, nomeadamente no seu segundo mandato, em que foi posto à prova perante os permanentes pedidos de demissão do Governo e os ataques que lhe foram feitos, face a algumas intervenções menos felizes.  As últimas eleições já faziam prever decisões complexas devido à dificuldade de poder haver uma maioria absoluta.
Na possibilidade de poder haver um governo minoritário, ou de uma maioria bastante heterogénea com ideologias em alguns pontos contraditória, a sua posição estará, ou não, um pouco facilitada dado estar limitado nos seus poderes, face à proximidade das eleições presidenciais. Contudo, não  vingando um executivo minoritário, Cavaco não poderá optar por eleições antecipadas o que seria provavelmente o seu desejo. Ficará certamente para sempre, com uma espinha atravessada na garganta, caso tenha de empossar um governo com a participação de comunistas e bloquistas.

Será certamente a despedida que Cavaco menos esperaria.      

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